A InEvent, uma empresa de solução para organização de eventos, alcançou 1 milhão de usuários móveis em 2018 e 40% de influência direta na receita. Criada em 2014, a companhia atua com uma plataforma que possui serviço para registro de visitantes, voucher de voo, check-in, compliance e aplicativo white label.
Fazendo uma análise de seu primeiro período quadrienal em conversa com Mobile Time, Pedro Góes, CEO e sócio-fundador da InEvent, disse que o evento que mais gerou fluxo na empresa mobile foi a festa de fim de ano do banco Santander em 2017, que teve mais de 47 mil pessoas no Allianz Parque.
“Nós surgimos entre o final de 2013 e o começo de 2014 como um app para eventos. Éramos três colegas da USP. Começamos a focar muito em eventos para o mercado corporativo à medida que percebemos que eles precisavam de compliance e CRM conectado às outras plataformas”, disse o gestor. “Pegamos o CRM que o cliente tem e o integramos à nossa plataforma. O usuário – analista de marketing de eventos – cria a experiência de evento dentro da nossa plataforma”.
Estratégia
Com clientes como XP Investimentos, Bayer, Libbs, Novartis, Unilever, Stefanini e Amazon, a InEvent atua em um modelo self-service. Ou seja, um gestor consegue criar o formato do evento que deseja por meio da plataforma, com as ferramentas que deseja, e consegue ter uma análise de dados, orçamento, retorno sobre o investimento e integração com o seu CRM. A cobrança é feita com a soma da escolha do pacote com as soluções e o volume de pessoas geridas na plataforma.
Em sua estratégia de crescimento para 2019, Góes aponta três experiências: integrar com terceiros como Salesforce para adicionar diretamente as funções de sua plataforma; ampliar o ecossistema de seus parceiros e freelancers de forma mais ampla, pois são eles que ajudam as empresas contratantes a adicionar conteúdo no app; e trazer mais soluções recorrentes, de modo que o cliente da InEvent use sua plataforma durante o ano todo.
“Para alcançar esses objetivos, nós estamos investindo mais em tecnologia e em pessoas. Temos 26 pessoas e queremos contratar mais 20. E nós temos trabalhado bastante com inteligência artificial (IA). A IA mostrará como o funcionário se desenvolveu e se o evento/treinamento ajudou neste processo. E também poderá ajudar empresas que trabalham no Brasil todo com comparativos por regiões”, disse. “Sempre usamos o mobile como porta de entrada. Também estamos estudando investir em menos barreiras no evento com soluções de Internet das Coisas (IoT). Uma das soluções que queremos trazer são impressoras Bluetooth (que não precisam de cabo)”.
Saúde financeira
Para 2019, o executivo aposta em desenvolvimento de seu negócio por meio eventos corporativos para o dia a dia, como treinamentos, pois os dados analíticos da plataforma podem acompanhar o desenvolvimento dos profissionais treinados junto ao CRM, como, por exemplo, quem vendeu mais após o treinamento. Ressalta ainda que, neste começo de ano, a InEvent tem apoiado eventos de partida de ano de força de vendas e também eventos abertos com vendas de ingressos.
Ainda de acordo com Góes, o fato de seus clientes integrarem o CRM pode aumentar a participação do mobile em seu faturamento, indiretamente. Ele explica que muitos trazem seus apps de eventos ou apps internos junto com a plataforma de sistema de relacionamento com o consumidor, o que aumentaria a participação de suas soluções móveis na receita.
“Em 2018 tivemos um crescimento (de receita) interessante, 65% ante 2017. Foi um pouco abaixo dos outros anos, quando crescíamos duas a três vezes ao ano. Percebemos que teve uma insegurança do mercado com as empresas controlando os custos, e agora estamos vendo mais investimento no horizonte. Com isso, imaginamos que cresceremos mais de 100% em 2019”, prevê o executivo, sem revelar os números absolutos.
Exterior e busca por investidores
Além do desenvolvimento no mercado nacional, Góes acredita em uma expansão das atividades da InEvent no exterior. Com escritório em São Paulo e Nova Iorque, ele acredita que as operações globais também devem crescer por três fatores: o desenvolvimento de mais soluções online para offline (O2O) para empresas, captação de investimentos e uma recente parceria de sua empresa com a Oracle.
“Teremos um crescimento forte nos próximos anos com globalização da economia. O Brasil trabalhou muito tempo com o O2O pra o consumidor final. Agora vai ser a época de digitalização das empresas. Com isso, as O2O darão resultado no B2C, mas também vai ter um segmento muito mais forte para B2B. O SaaS empresarial vai crescer bastante”, explicou.
“Somos três sócios e temos abertura para captar investimento. À medida que a gente recebe mais aportes de fora, podemos crescer. Além disso, nós fomos incluídos no Oracle Global Program e poderemos oferecer nossos serviços aos clientes da Oracle do mundo todo. Hoje, nós fazemos eventos privados nos EUA e na Europa. Para a América Latina a gente vende pelo Brasil”, completou.