A britânica Curvalux iniciará em breve o primeiro teste piloto com a sua tecnologia de banda larga sem fio no Brasil. Será com um grande provedor de Internet do estado de São Paulo. A Curvalux espera ao longo do ano realizar outros testes no País e assinar seu primeiro contrato comercial aqui, informa seu CEO, Richard Pak, em conversa com Mobile Time.

A Curvalux desenvolveu uma solução de banda larga fixa sem fio usando o padrão WiFi na frequência de 5 GHz. Seu diferencial é a alta eficiência das suas antenas, com uma tecnologia de beamforming que aumenta a capacidade e reduz os custos. Seu equipamento de acesso, batizado como Edge Node, trabalha com 16 beams, cada um alcançando 300 Mbps e somando cerca de 5 Gbps ao todo em WiFi 6. A cobertura atinge de 5 Km a 10 Km, mas pode chegar a 20 Km, dependendo da topologia. Cada Edge Node tem capacidade para 800 usuários simultâneos. O consumo de energia é outro diferencial: cada Edge Node precisa de apenas 150 W, o que permite que seja abastecido por um painel solar, sem necessidade de ligação à rede de distribuição de energia. Para efeito de comparação, uma ERB 4G, por exemplo, demanda 5 a 10 kW.

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Satélites

A solução da Curvalux é inspirada na comunicação satelital. Seus fundadores trabalharam por mais de 10 anos no setor de satélites e decidiram levar o conhecimento adquirido para uma solução de comunicação terrestre.

“Satélites são caros, levam dois a três anos para serem construídos e precisam sobreviver no espaço, onde a temperatura varia do calor ao frio extremo dependendo se está de frente ou não para o Sol. Além disso, o equipamento recebe muita radiação. O satélite se comunica com a Terra a uma grande distância e tem que sobreviver por 15 a 20 anos com sua energia vindo apenas de painéis solares. O sistema precisa ser muito eficiente para se comunicar a 30 mil Km de distância com uma pequena antena. A performance precisa ser de alto nível para que seu preço seja competitivo frente às opções terrestres”, descreve Pak. “O que fizemos foi criar uma versão pequena da tecnologia de um satélite e instalá-la em uma torre. Levamos a eficiência satelital para a comunicação terrestre. Só que em vez de se comunicar a 30 mil Km de distância, são apenas 10 Km. E não precisa sobreviver em condições meteorológicas extremas”, compara.

Países emergentes

A Curvalux aposta que sua solução é adequada para países emergentes com deficiência de Internet de banda larga no interior. Seu público-alvo é constituído principalmente de ISPs que queiram montar uma rede de alta eficiência e baixo custo. A arquitetura de rede recomendada consiste na instalação de Edge Nodes em torres para cobrir uma cidade, e a instalação de CPEs WiFi nas residências para a conexão dos assinantes. O backbone pode ser feito com rádio ou fibra.

O maior case de sucesso da empresa até o momento foi a implementação pela Globe, a maior operadora das Filipinas. Hoje, 40% das torres da Globe contam com antenas da Curvalux. A solução foi utilizada para diminuir a sobrecarga na sua rede móvel depois que boa parte da população filipina passou a trabalhar de home office. 

A Curvalux identificou o Brasil como um dos seus quatro mercados prioritários no mundo, em razão do seu tamanho e da sua geografia. “Estamos comprometidos em fazer um grande impacto e prover produtos acessíveis e de alta velocidade no Brasil. Muita gente aguarda por fibra, mas isso pode levar tempo. A Curvalux pode prover uma solução alternativa”, diz Pak.

 

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