A Oi registrou prejuízo líquido de R$ 4,55 bilhões no quarto trimestre de 2015. Trata-se de um dos piores resultados líquidos da história da companhia, superando os R$ 4,42 bilhões negativos do quarto trimestre de 2014. Com isso, a operadora fechou o ano passado com prejuízo líquido de R$ 5,35 bilhões, 21,4% pior que os R$ 4,41 bilhões de 2014.

De acordo com a companhia, o balanço do quarto trimestre foi impactado negativamente por uma série de fatores extraordinários, como a perda de R$ 1,58 bilhão no valor da participação da Oi em ativos não controlados na África, como a Unitel, e R$ 1,39 bilhão para "provisões de perdas de IR diferido para empresas que não apresentaram expectativa de geração de lucros tributáveis futuros suficientes para compensar os créditos tributários". Não fossem esses pontos excepcionais, o prejuízo da companhia teria sido da ordem de R$ 1,5 bilhão no quarto trimestre e de R$ 3,4 bilhões no ano de 2015, explicado por despesas financeiras, impactadas pelo contexto macroeconômico do Brasil, o que inclui a alta de juros.

Mais preocupante, contudo, é o endividamento da companhia, que encerrou o ano passado com R$ 54,98 bilhões de dívida bruta, dos quais 70,3% captados no exterior. A dívida líquida em 31 de dezembro era de R$ 31,56 bilhões.

A receita líquida total da Oi no quarto trimestre diminuiu 8,5% em comparação com o mesmo período de 2014, passando de R$ 7,3 para R$ 6,7 bilhões. No ano, a queda foi de 4,2%, baixando de R$ 28,5 para R$ 27,4 bilhões.

O Ebitda, por sua vez, despencou 46,6% no quarto trimestre, em relação ao mesmo período do ano anterior, caindo de R$ 3,2 para R$ 1,7 bilhão. Na mesma comparação, a margem Ebitda diminuiu de 43,6% para 25,5%, uma queda de 18,2 pontos percentuais. No ano de 2015 o Ebitda foi de R$ 7,8 bilhões, o que representa uma redução de 24,8% em relação a 2014, quando foi de R$ 10,4 bilhões. No ano, a margem Ebitda foi de 28,5%, contra 36,3% em 2014.

A companhia incluiu no seu balanço uma linha para o "Ebitda de rotina", que consiste no Ebitda descontados os impactos extraordinários, como aqueles referentes a suas participações acionárias na África. Neste caso, o Ebitda de rotina de 2015 foi 6,9% superior àquele de 2014. No quarto trimestre especificamente, a queda foi de apenas 2,2%. A companhia destaca que o resultado do seu Ebitda de rotina ficou dentro da projeção previamente feita pela companhia ao mercado. Seu fluxo de caixa operacional no Brasil de R$ 3,2 bilhões em 2015, o que ficou acima também da sua projeção original, que era entre R$ 1,2 bilhão e R$ 1,8 bilhão, acrescenta.

Merece destaque como ponto positivo a redução de 8,5% nos custos operacionais (Opex) no Brasil em 2015. Se descontada a inflação, que chega a 10% no ano, a queda do Opex teria sido de 17,3%.

"Mesmo com inflação acima de 10% e queda de 3,8% do PIB, conseguimos atingir nossas metas. Não lembro na história recente da Oi tanto comprometimento e trabalho de equipe para atingir esse resultado. Gostaria de agradecer sinceramente a cada empregado da companhia e dizer que estou confiante de que juntos podemos muito mais", disse o CEO da Oi, Bayard Gontijo, em teleconferência sobre os resultados nesta quinta-feira, 24.

A Oi investiu ao todo R$ 4,16 bilhões em 2015, montante 21,1% menor que os R$ 5,28 bilhões de 2016.

Em razão da instabilidade econômica vivida pelo Brasil, a Oi preferiu não divulgar projeções para 2016, disse o executivo.

Fixo, banda larga e TV

A Oi registrou em 2015 uma queda de 8,6% em sua base de linhas fixas, fechando o ano com 10 milhões de linhas em serviço. A empresa ressalta que há uma desaceleração nessa queda: o quarto trimestre foi aquele com o menor número de desligamentos no ano de 2015, com redução líquida de 199 mil linhas. Além disso, a receita média por usuário (ARPU) de telefonia fixa subiu 3,6% no quarto trimestre em comparação com o mesmo período de 2014.

A base de banda larga da companhia caiu 2,9% em 2015, encerrando o ano com 5,1 milhões de assinantes. Também há desaceleração da queda: no quarto trimestre foram 27 mil desconexões líquidas, o menor número do ano. A companhia destaca o crescimento de 3 pontos percentuais na penetração de banda larga fixa da Oi em residências que possuem algum produto da companhia, chegando a 51% no fim de 2015. A velocidade média dos planos de banda larga fixa da Oi é de 5,5 Mbps.

Em TV por assinatura, houve uma redução de 6,3% da base da Oi, que fechou o ano com 1,17 milhão de clientes. A empresa lembra sua queda foi menor que a média do mercado brasileiro de TV por assinatura em 2015, estimada em 6,9%.

Ao todo, a receita líquida residencial da Oi caiu 2,2% em 2015, passando de R$ 10 bilhões para R$ 9,8 bilhões.

Móvel

A receita líquida com a operação móvel também registrou queda no ano, passando de R$ 9 para R$ 8,4 bilhões (-6,4%). No quarto trimestre especificamente a queda foi maior: -13,4% em comparação com o mesmo período de 2014, baixando de R$ 2,4 para R$ 2,1 bilhões.

A maior redução na operação móvel aconteceu na receita com material de revenda (handsets): – 53,4% em 2015 em comparação com 2014, baixando de R$ 806 para R$ 375 milhões. Por conta da queda da tarifa de interconexão móvel (VU-M), houve diminuição de 36,5% na receita anual com rede, que passou de R$ 1,4 bilhão para R$ 889 milhões. A receita com clientes foi a única a crescer no ano, passando de R$ 6,8 para R$ 7,2 bilhões (+5,3%), com destaque para o aumento do faturamento com dados e serviços de valor adicionado.

A Oi encerrou 2015 com 45,9 milhões de linhas móveis em serviço. Isso significa uma diminuição de 5,4% em 12 meses. A queda foi puxada pelo segmento pré-pago, que teve uma redução líquida de mais de 2 milhões de linhas. A base pós-paga, por outro lado, perdeu cerca de 300 mil linhas em um ano. Ao fim de 2015 eram 39,1 milhões de pré-pagos e 6,8 milhões de pós-pagos.

 

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