A neurociência está usando realidade virtual para o diagnóstico de doenças do cérebro, como o Alzheimer. A tecnologia também ajuda a convencer crianças a tomarem vacinas ou a distrair os pacientes queimados durante o doloroso momento da troca de curativos. Em palestra no seminário Rio2C, no Rio de Janeiro, Raquel Quimas, médica de saúde mental e neurocientista, apresentou alguns cases e explicou para a plateia presente que a VR é a tecnologia ideal para “enganar o cérebro” e permitir, por exemplo, que um paciente seja mais tolerante à dor do que aqueles que não usam os óculos.
“O estudo com realidade virtual já tem décadas e é usado há bastante tempo, assim como estudos sobre ilusões com o corpo e como enganar o cérebro, que também não são de hoje. Mas, agora, com a tecnologia avançada o suficiente e com a convergência das ideias, esses dois conhecimentos se uniram e estão criando um potencial enorme de inovação para ajudar as pessoas com doenças do cérebro”, disse Quimas para a plateia.
No entanto, para ter esse efeito, a tecnologia não precisa ser realista ao extremo. De acordo com a pesquisadora, muitos estudiosos acreditavam que os gráficos deveriam ser ultra realistas, mas as pesquisas mostraram que não. “As pessoas sabem que aquilo não é real. E tudo bem, desde que você respeite algumas regras de ambiente, de como as coisas se comportam, se o movimento é compatível com o real. Com essas ideias na cabeça, você consegue alcançar os objetivos”, disse Quimas para Mobile Time.