A Nokia registrou um prejuízo líquido de 60 milhões de euros no primeiro trimestre de 2025, ante um lucro líquido de 437 milhões de euros um ano antes. De acordo com o balanço financeiro divulgado pela companhia nesta quinta-feira, 24, o resultado negativo ocorreu pela queda do lucro operacional e recuo na receita de vendas.

A fornecedora finlandesa teve um prejuízo operacional reportado de 48 milhões de euros contra um lucro de 451 milhões de euros no primeiro trimestre de 2024, um movimento puxado pela queda do lucro bruto, aumento das despesas operacionais e perda de 30 milhões de euros com fundos de risco por variações negativas no câmbio.

A Nokia ainda apresentou um lucro operacional comparável (non-GAAP) de 156 milhões de euros, uma queda de 70% contra 600 milhões de euros de um ano antes. Ou seja, a fornecedora teria um lucro e não um prejuízo operacional se não fosse por:

  • Amortização de ativos de 97 milhões de euros;
  • Encargos de reestruturação de 64 milhões de euros;
  • Custos de 23 milhões de euros com a aquisição da Infinera;
  • 19 milhões de euros sobre ajustes de valores relacionados à aquisição para o estoque.

Com isso, a empresa teve um total de 203 milhões de euros de impacto no resultado operacional.

A receita de vendas da Nokia caiu 1%, de 4,4 bilhões para 4,3 bilhões de euros, na comparação ano a ano. A companhia viu recuo nas vendas da divisão de tecnologia e um impacto único em redes móveis, algo que foi compensado por melhoria nas comercializações das divisões de infraestrutura de rede e de nuvem e serviços de rede.

Receita por divisão na Nokia

A unidade de negócios de infraestrutura de rede registrou uma receita de 1,7 bilhão de euros no primeiro trimestre de 2025, aumento de 20% contra 1,4 bilhão de euros do mesmo período um ano antes. O resultado foi puxado principalmente pela compra da Infinera, que, após a sua conclusão no final de fevereiro, adicionou 143 milhões de euros aos cofres da empresa com negócios de redes ópticas.

Em redes móveis, a companhia registrou um faturamento de 1,7 bilhão de euros, incremento de 3% ante 1,6 bilhão de euros do primeiro trimestre de 2024. As vendas foram puxadas por forte alta na América do Norte e um pouco menor na Ásia-Pacífico. Mas o resultado teria sido melhor se a Nokia não tivesse de pagar um acordo de 120 milhões de euros por um projeto de um cliente feito em 2019.

Em cloud e serviços de rede, a Nokia cresceu 4%, de 546 milhões para 567 milhões de euros, graças à melhora na comercialização de core de rede.

Mas a maior queda de receita da companhia foi com sua divisão Nokia Technologies, que registrou um recuo de 51% em sua receita, de 757 milhões para 369 milhões de euros. O motivo foi uma volta ao normal, após o resultado com 400 milhões de euros de vendas um ano antes.

Efeito Trump

Este resultado financeiro é o primeiro desde que Justin Hotard assumiu como CEO da Nokia. Há três semanas no cargo, o executivo chamou a atenção para os efeitos da macroeconomia sobre a companhia, em especial o cenário com o tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a escalada da guerra comercial com o governo chinês de Xi Jinping.

Em carta aos acionistas, Hotard afirmou que a fornecedora “não está imune” ao cenário global e reconhece que as tarifas podem trazer alguma “disrupção” em curto prazo. Mais especificamente, a Nokia espera um impacto entre 20 milhões e 30 milhões de euros no resultado operacional para o segundo trimestre de 2025.

Imagem principal: ilustração produzida por Mobile Time com IA

 

*********************************

Receba gratuitamente a newsletter do Mobile Time e fique bem informado sobre tecnologia móvel e negócios. Cadastre-se aqui!