O presidente da Anatel, Leonardo Euler, afirmou nesta segunda-feira, 24, que a agência tem aprimorado instrumentos regulatórios do mercado de atacado de olho nas mudanças e desafios que o 5G trará. “O desafio é contínuo, a tecnologia evolui exponencialmente. Temos que acompanhar esses saltos. A Anatel tem olhado para as relações comerciais. Os usuários não são mais os consumidores, e sim pessoas jurídicas que precisam ter acesso as redes de forma não discriminatória”, afirmou Euler, no evento online Teletime Tec, promovido por Teletime.

Euler lembrou que é importante, porém, que a Anatel nunca perca seu vetor principal, que é o de estimular a competição. “É preciso pensar em diferentes perspectivas de rivalidades entre os players com uma regulação para que o arcabouço competitivo seja resguardado”, disse.

Segundo ele, com a chegada do 5G, as operadoras deverão deixar de ser meras fornecedoras de conectividade para ofertarem soluções que otimizem os serviços de seus clientes. “Elas terão que trazer mais valor a partir dos serviços que serão oferecidos via conectividade. Como fazer isso? Parte da resposta passa pelas oportunidades de parcerias que o 5G trará”, sugeriu.

Marco di Costanzo, diretor de engenharia da TIM, levantou a possibilidade de um mercado de indústrias sem fronteiras, um cruzamento industrial. “Os setores não serão desligados e sim unidos. Isso pressupõe uma grande parceria de capacidade de criação de serviços, operadoras com o mundo acadêmico, startups digitais, fornecedores. O que vai criar valor é o que vai solucionar problemas”, afirmou di Costanzo. Ele lembrou a Euler que uma indústria interconectada, como energia, transporte, saneamento etc, pressupõe a necessidade de uma regulação também interconectada.

O presidente da Anatel concordou, e reafirmou a necessidade de adaptação da agência. “O nome “verticais” será relativizado, pois os elos serão interconectados. Do ponto de vista institucional é a mesma coisa: o setor de telecom perpassa como meio de várias soluções para diferentes indústrias. E nós também precisaremos mudar”.

 

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