Um dos principais desafios atuais do pagamento instantâneo, regulado pelo Banco Central, é o volume transacional. Recentemente, o Pix ultrapassou R$ 1 trilhão movimentado e 1,55 bilhão de Pix feitos. Mas não é somente este aspecto temido quando se trata de gestão de fraudes: a multiplicidade de canais também é desafiadora, com Pix, DOC, TED entre outros, além da velocidade da transação, que deve ser feita em 10 segundos. “São transações em tempo real e irreversíveis”, definiu Guto Almeida, global business development de pagamentos seguros da IBM durante o FID, evento online que começou nesta segunda-feira, 24 e que continua até terça.
Almeida lembrou que são milhares de transações por segundo onde é preciso tomar uma decisão – se a transação é ou não válida –, mas cujo objetivo é chegar a um padrão individualizado de detecção de que aquela transação é legítima. “O jeito como eu transaciono não é o mesmo de outra pessoa”, resumiu, explicando que as particularidades de cada um em manipular seu aplicativo e seu celular, por exemplo, são distintas e que isso pode ser determinante na autorização de uma transação.
Mas, de acordo com o executivo, “os padrões cada vez mais complexos e os sistemas legados não estão preparados para essa complexidade porque eles operam em silos, apesar de a estrutura estar evoluindo.
Guto Almeida, da IBM, também explicou que, atualmente, alguns temas com relação à prevenção à fraude estão em voga, como modelos ágeis – ou seja, uso de inteligência artificial e machine learning para detectar padrões emergentes e sugerir novas regras em tempo quase real; pear profiles, que é a capacidade de analisar em tempo real o contexto da transação. Por exemplo: se é um Pix para alguém com quem o usuário já fez outras transações bancárias ou não, qual o montante, entre outras informações. Outro ponto é a omnicanalidade, afinal, atuar em silos não é mais possível e um canal ajuda os outros a estabelecerem padrões de transações. E, outro tema apontado pelo executivo, foi a adoção de uma arquitetura aberta. “Não vale à pena estar amarrado quando se tem um prazo de cinco a dez anos”, disse.