[Atualizado às 11h02 do dis 15/05/2021 para dar mais clareza ao título] O CEO da Claro, Paulo César Teixeira, confirmou que a operadora não deve fazer uma oferta pela faixa de 700 MHz no leilão previsto para este ano, mas avaliam entrar em uma segunda rodada. Durante o evento TeletimeTec, organizado virtualmente pela Teletime, o executivo afirmou que focará principalmente na faixa dos 3,5 GHz.
“A faixa mais importante é de 3,5 GHz, miramos 100 MHz nela. 26 GHz é uma faixa para guardar para o futuro. Em 2,3 GHz, tem que ver o que pode aportar para áreas regionalizadas. No 700 MHz, por enquanto estamos fora desse bid. Tem que ver se vai para uma segunda rodada para avaliar”, comentou.
Embora o leilão seja mais conhecido por ser de 5G, a faixa dos 700 MHz é destinada para uso no 4G. Sua vantagem é que pode servir eventualmente para a quinta geração sem a tecnologia do Release 16 do 3GPP (Standalone – SA).
As demais frequências têm o 5G SA como prerrogativa de compra.
Custos
Mesmo sendo um leilão com proposta não arrecadatória, Teixeira entende que os custos estão elevados. Em sua visão, as obrigações propostas pelo governo deixam o certame “bastante pesado” e “menos atrativo” em relação a outros mercados. Teixeira acredita ainda que não é justo comparar os valores do leilão de 5G no Brasil com EUA e Europa, cujo ARPU (receita por usuário) chega a ser sete vezes maior que o brasileiro.
Outro tema que gerará custos e demonstra preocupação ao CEO da Claro é o uso do standalone (SA). Para ele, será necessário racionalizar os custos. “Os investimentos não podem estar separados do EBITDA, do financeiro. Temos investimento de R$ 10 bilhões por ano, no móvel e fixo. Queremos manter esse nível de investimento, mesmo com o 5G”, disse. “O 5G terá investimento (cidades acima de 500 mil habitantes), mas o 3G/4G seguem com demanda. Isso acontece muito devido à mudança de hábito de consumo do cliente”, completou, ao lembrar que o consumo das redes subiu 40% na operadora durante a crise pandêmica.