FID21

Painel de abertura do FID21

Os bancos que ficarem na defensiva em relação ao open banking vão perder espaço. É o que alerta o CEO do next, Renato Ejnisman: “Há duas formas de agir em relação ao open banking: 1) na defensiva, fingindo que não existe – quem entrar nessa vai perder feio; 2) na ofensiva: abraçar o open banking e tentar usá-lo para servir melhor seu cliente. Vai ganhar quem usar bem analytics, dando uma ótima experiência para o cliente e gerindo melhor seus recursos”, disse o executivo durante o painel de abertura do evento online FID21, nesta segunda-feira, 24.

O CEO do Guiabolso, Thiago Alvarez, presente no mesmo painel, destacou que, ao contrário do Pix, o open banking não é um produto em si, mas uma estrutura que viabilizará o lançamento de novos serviços, mais personalizados. “O segredo do sucesso serão as aplicações criadas em cima disso”, comentou.

Rodrigo Cury, CEO do BTG+, espera que as soluções desenvolvidas no open banking gerem um impacto positivo no dia a dia das pessoas. “Nossos dados precisam ser usados para trazer coisas boas para o nosso dia a dia. Pouca gente no Brasil consegue fazer o que uma Amazon faz nos EUA, ou um Spotify. Minha grande ambição é fazer do BTG+ uma empresa mais parecida com essas do que com o modelo de banco de varejo”, comentou. “Como desenvolver soluções que impactam a vida do cliente? Esse é o grande desafio para todos nós”, completou.

Fronteira

Ejnisman, do next, lembrou que as fronteiras entre o setor financeiro e outros, como o de varejo, estão desaparecendo e isso ficará ainda mais evidente com o open banking. “Está deixando de existir a separação entre mercado financeiro, varejo e mídia. O maior exemplo é a Via Varejo que tirou varejo do nome porque está entrando no digital. Tem que deixar de pensar que você é banco, mas sim uma plataforma”, argumentou.

Pandemia

Ana Karina Bortoni Dias, CEO do BMG, destacou que o distanciamento social durante a pandemia acelerou a digitalização da população em serviços financeiros. “Quem não era nativo digital aprendeu a ser digital. Em uma cidade com duas agências bancárias, quem aprendeu a ser digital agora tem 20 a 30 opções. Isso é uma mudança absurda no mercado. Bancos vão se especializar em perfis diferentes e capturar clientes com perfis diferente. É o que eu vejo pela frente”, analisou.

A executiva aproveitou a oportunidade para cobrar maior igualdade de gênero no topo da hierarquia do setor bancário brasileiro. “Essas mudanças de mercado precisam passar pela diversidade. É ridículo o número de CEOs mulheres frente à quantidade de mulheres talentosas que existem no País”, criticou.

 

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