O Ministro das Comunicações Juscelino Filho reafirmou o compromisso da Telebras na criação da rede privativa do governo federal. Durante passagem no Encontro Nacional da Abrint nesta quarta-feira, 24, o líder da pasta também reafirmou o compromisso do papel da empresa em levar inclusão digital aos brasileiros.
“Temos a implantação da rede privativa que consta no edital do 5G. É um decreto onde a Telebras vai ter um papel importante. Além de buscar e prospectar novos negócios para a empresa”, disse. “A companhia também terá um olhar social para exercer um papel de ajudar o governo e o ministério a levar mais inclusão digital à população”, disse.
Com esses planos, Filho lembrou que o presidente Lula tirou a empresa do plano de privatizações, e, portanto, a chegada de Frederico de Siqueira Filho como novo presidente da Telebras traz sua “experiência e jovialidade” para reinventar e fortalecer a empresa.
Afirmou ainda que a estatal manterá todos os serviços que possui “no que tange ao Gesac (Governo Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão), satélite estacionário, a sua infraestrutura de rede fixa”.
Digitalização
Tanto em sua fala com a imprensa, como durante painel de abertura do evento, o ministro pontuou que a inclusão digital do brasileiro será prioridade em sua gestão. Em sua concepção, a ideia não é oferecer apenas “a conectividade pela conectividade”, mas evoluir para a “conectividade significativa”.
Neste plano, um dos alvos do ministro é levar a conexão de Internet para os 20% de brasileiros que não a acessam. Para atingir essa população, Filho quer avançar com planos de conectar escolas, unidades de saúde e o pequeno agricultor: “Vamos buscar atuar de forma transversal, entre ministérios, para que a gente possa fazer com que essas políticas públicas cheguem aos brasileiros que precisam. E muitas delas dependem de ter uma velocidade adequada”, disse.
Escolas e saúde
O secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, Maximiliano Martinhão, explicou que a primeira etapa é a conectividade nas escolas. De acordo com o especialista em telecom da pasta, o governo está montando “um plano para banda larga nas escolas”, de modo que a Internet no ambiente estudantil seja “significativa e permita fluir uma atividade pedagógica”.
“Isso não acontece hoje. Em 90% das escolas públicas do Brasil isso não está disponível hoje. Estamos fazendo um plano que envolve todas as 178 mil escolas do Brasil para chegar com conexão, Wi-Fi, equipamentos para professores e alunos, além de conteúdo pedagógico”, explicou Martinhão. “Esse plano é uma união de esforços, uma articulação grande que envolve Ministério das Comunicações, recursos do leilão do 5G, recursos do Ministério das Comunicações, do MEC por meio da PIEC (Programa de Inovação Educação Conectada), recurso da lei que saiu durante a pandemia (14.172/2020)”.
O secretário do MCom explicou que haverá “um plano que tratará todo o cenário de inclusão digital no Brasil”, além das escolas. Neste cenário, o próximo passo será levar conectividade às unidades de saúde da Federação: “Em uma base de dados do BID com a Anatel, notamos que, sempre quando há uma escola, há um posto de saúde a 500 metros – regra geral. Constatamos que 86% dos postos de saúde estão dentro desse raio de 500 metros de uma escola. Como é perto, a proposta é: uma vez feita a conectividade nas escolas, nós vamos fazer a das UBSs também”, concluiu.