Várias carteiras digitais estão surgindo no Brasil este ano, no formato de aplicativos móveis. Algumas são iniciativas individuais de bancos, como o aplicativo Ourocard, do Banco do Brasil, e outras trabalham com múltiplos emissores, como a Samsung Pay, cujo lançamento é esperado para acontecer antes das Olimpíadas. O passo seguinte será viabilizar transferências entre contas de pessoas físicas através dessas carteiras digitais, usando tecnologias presentes no celular, como o próprio NFC: ou seja, bastará aproximar um telefone do outro para enviar valores entre contas correntes. Essa é a opinião do diretor da comissão nacional de tecnologia e automação bancária da Febraban, Gustavo Fosse.
A previsão do executivo é de que essas transferências móveis inicialmente serão limitadas a contas de um mesmo banco. O passo seguinte será permitir a interoperabilidade, o que provavelmente demandará um esforço conjunto do mercado com o apoio do Febraban. "Primeiramente será preciso amadurecer as carteiras internas de cada banco", diz o executivo.
Na prática, esse tipo de serviço permitirá reduzir o uso de dinheiro em espécie, que ainda é muito alto no Brasil, além de trazer mais comodidade para as transferências eletrônicas peer to peer (P2P), que hoje demandam a digitação de uma série de dados do recebedor, como agência, conta corrente e até CPF, quando se trata de uma transferência interbancária.