A Gaudium é uma empresa desenvolvedora de plataformas de modais de transporte em formato white label. A empresa desenvolveu a Machine, plataforma desenhada em um primeiro momento para apps de táxi, ampliou para o segmento de mototáxi e, em 2015, passou a oferecer a opção para carros particulares, nos mesmos moldes de Uber e 99. Apesar de ser uma empresa de nicho, ganhou tração em especial a partir da iniciativa de empreendedores ou motoristas localizados em pequenas e médias cidades do Brasil. Atualmente, a plataforma Machine está presente em 1,5 mil municípios do País, possui 600 mil motoristas e entregadores cadastrados, transporta 3,5 milhões de passageiros por ano, seus clientes geram um total de R$ 700 milhões em receita por ano e são solicitadas cerca de 7 milhões de pedidos de corrida por mês.
Um dos aplicativos que nasceu da plataforma Driver Machine é o Te Levo Mobile, pensado pelo ex-morador de rua e chef de cozinha Sergio Brito.
Segundo Ricardo Góes, sócio executivo da Gaudium, a Machine ganhou tração em especial por conta da insatisfação de motoristas das grandes plataformas de aplicativos que pagavam taxas abusivas. “Existia essa dor muito grande, em especial nas cidades menores. Eles não concordavam com as taxas praticadas pelas grandes empresas e, um dia, bateram na nossa porta perguntando se a gente não poderia adaptar nosso app para eles. Hoje, funcionamos muito bem em cidades de até 600 mil habitantes”, explica.
Todos os modais da Machine são aplicativos customizáveis. O cliente pode definir seu modelo de negócios: se o valor cobrado será por quilômetro ou minuto; se deseja cobrar menos nas viagens mais curtas e cobrar mais pelas viagens mais longas; se quer que o motorista tenha a opção de cancelar viagens ou não.
“Montamos de acordo com a proposta de valor do cliente. Ele consegue configurar do jeito que ele quiser. Se prefere ser premium ou se vai competir oferecendo os melhores preços”, completa Góes.
Modelo de negócios
Já o modelo de negócios que a Gaudium escolheu é a cobrança por solicitação disparada. A empresa oferece três opções de planos, nos moldes ‘quem dispara mais, paga menos’. E cada plano possui uma taxa de adesão. A Gaudium também optou por não oferecer exclusividade. Assim, caso outra pessoa queira montar seu aplicativo de transporte em uma cidade que já possui um desenvolvido com a plataforma Machine, não será um problema.
O nascimento
A Gaudium nasceu oficialmente em 2011 como uma empresa desenvolvedora de aplicativos para empresas – times de futebol, mídia e meios de comunicação, por exemplo. Mas os sócios Bruno Muniz e Ricardo Góes estavam à procura de um produto para chamar de seu. Em 2013, quando as plataformas da Easy Taxi e da 99 já estavam no Brasil, as cooperativas de táxi começaram a sentir dificuldades. Motoristas deixavam as cooperativas ou não conseguiam mais pagar as mensalidades. Uma delas bateu na porta da Gaudium e solicitou o desenvolvimento de um app de corrida. Depois dessa solicitação outras apareceram e assim nasceu a versão para táxis da Machine, uma plataforma white label.
“Conseguimos e viramos uma empresa de produto. E isso começou a crescer. A Taxi Machine foi a semente”, diz Góes.
Logo depois, foi a vez do segmento de mototáxi bater na porta da Gaudium e pedir um aplicativo desenhado para esse público. Nasceu, assim, a versão para mototáxi, com os mesmos princípios da versão original: ser white label.
Em 2015, já com a Uber no País, um motorista do aplicativo os procurou perguntando se seria possível adaptar os produtos Machine para aplicativo de corridas particulares. Ele se juntou a outros companheiros motoristas e, juntos, resolveram criar o seu próprio app.
Delivery
No início da pandemia, ainda em 2020, a Gaudium enxergou uma nova oportunidade de negócio: o desenvolvimento de um app para delivery. Depois de descobrir que um cliente já usava o aplicativo de transporte para fazer outros tipos de entregas, a empresa adaptou rapidamente para o novo segmento.
Até então, mais de 100 empresas usam o Machine Entregas, o que representa em torno de 15% do volume de clientes da Gaudium.
Atualmente, a companhia está adaptando o app de delivery para começar a atuar também no segmento de logística. Neste caso, o aplicativo terá a opção de ter mais de 10 pontos de passagem, por exemplo.