Magalu (Android, iOS) e AliExpress (Android, iOS) anunciaram nesta segunda-feira, 24, um acordo estratégico de vendas de produtos. A chinesa venderá itens de sua linha Choice na plataforma da varejista brasileiro enquanto o Magalu venderá no app chinês seus produtos de estoque próprio (1P). O Memorando de Entendimento (MOU) foi assinado em Hangzhou e a parceria deverá começar no terceiro trimestre.

De acordo com as empresas, os sortimentos são complementares para ambas. Magalu venderá bens duráveis no AliExpress e a chinesa produtos da linha “long tail” (cauda longa) Choice, serviço de compras premium que oferece uma curadoria de produtos com custo-benefício e velocidade de entrega. Entre as categorias contempladas estão produtos de beleza, para bebês, computer office, consumer electronics e home improvement.

A parceria entre as empresas é inédita para ambas.

Estratégia de Magalu e AliExpress em aumentar as vendas

“São produtos das mais diversas categorias do AliExpress absolutamente complementares ao sortimento do Magalu que estará na nossa plataforma, acelerando a estratégia do Magalu na diversificação de categorias e de aumento na frequência de compras”, explicou Fred Trajano, CEO do Magalu, durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira.

Somente no Magalu, 100 colaboradores foram envolvidos para desenhar o acordo e das áreas mais variadas como jurídico e pagamentos. “O nível de dedicação que as duas empresas usaram para fazer o acordo acontecer indica que a oportunidade é muito significativa para o aumento das vendas do nosso canal digital, mas também a consolidação da nossa liderança como player de 1P”, disse Trajano.

Apesar de não abrir perspectivas a partir do acordo, o CEO do Magalu acredita que, por serem produtos complementares, ambas as empresas serão beneficiadas.

Números

“As sinergias são imensas. Pensando nas duas plataformas, no Brasil, são mais de 700 milhões de visitas por mês, considerando os canais do ecossistema do Magalu mais o canal do AliExpress, além de 60 milhões de clientes ativos nos dois canais. Ao colocar sortimentos totalmente complementares, a chance de conversão é muito alta. E o Alibaba (dona do AliExpress) deverá aumentar o GMV por conta do tíquete médio alto que os produtos de bens de consumo oferecem”, resumiu o executivo da varejista brasileira.

De acordo com Trajano, aqueles produtos vindos da China vendidos pelo AliExpress no Magalu estarão em conformidade com as regras do Remessa Conforme e será cobrada a taxa de 20% nas mercadorias internacionais compradas de até US$ 50.

O acordo

O Magalu cobrará uma taxa de seller para os produtos vendidos pelo AliExpress em sua plataforma. E vice-versa, ou seja, os produtos 1P do Magalu vendidos na plataforma do AliExpress também será cobrada uma taxa – negociada ao longo de sete meses.

O acordo não contempla entrega. No caso, Magalu faz a entrega dos produtos 1P e a AliExpress faz a entrega do seu cross-border. Mas nada impede de que isso mude com o tempo.

“Mas estamos abertos para ver como complementar”, disse Trajano. “Magalu tem uma capilaridade gigantesca no Brasil. São 22 centros de distribuição, 170 cross docking, mais de 1,3 mil lojas que funcionam como last mile”, enumerou o executivo, dando a entender que AliExpress poderia se beneficiar desta infraestrutura.

Foto: Fred Trajano (esq.) e Kai Li, CEO Latam do AliExpress, durante assinatura do MOU, na China. Crédito: divulgação

 

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