O Brasil contava com 120,7 milhões de usuários de Internet entre indivíduos com idade de 10 anos ou mais em 2017, de acordo com a pesquisa TIC Domicílios, realizada pelo Cetic.br e publicada nesta terça, 24. Trata-se de um aumento de 11,86% em relação ao levantamento do ano anterior, quando foram registrados 107,9 milhões de usuários. A pesquisa mostra que 71% da população urbana acessa a Web, contra 44% na zona rural. Há diferenças significativas no recorte por classe social. Enquanto as classes A, B e C têm penetração de 96%,  89% e 74% respectivamente, apenas 42% da classe D/E tem acesso à Internet.

Apesar do conceito de usuário de Internet ser aplicado aos que acessaram ao menos uma vez nos últimos três meses, o gerente do NICbr, Alexandre Barbosa, afirma que há um aumento nas localidades que oferecem conexão além das residências, como no próprio trabalho, em escolas ou áreas públicas com Wi-Fi. “Mostra que a população que efetivamente usa a Internet está crescendo bastante, dado que passou a ser elemento fundamental no cotidiano das pessoas”, diz. Ele afirma que há ainda a tendência de maior frequência: “Está praticamente universal – quem usa, usa todos os dias”.

O celular também avança claramente como o dispositivo mais usado. Após subir 3 pontos percentuais no ano, o aparelho é citado por 96% dos entrevistados. O computador vem depois, com 51% (contra 57% em 2016), com a televisão em seguida (22%, contra 17% anteriormente) e o videogame (9%, contra 8%). O coordenador da pesquisa, Winston Oyadomari, ressalta o “movimento muito forte” do celular e também da tendência de crescimento dos últimos três anos das TVs.

Por outro lado, diminuiu a quantidade de entrevistados que usam o computador e o celular ao mesmo tempo, de 51% em 2016 para 47% em 2017. E cresceu quem usa apenas o smartphone: de 43% para 49%, tornando-se assim, pela primeira vez, o meio mais usado por quem se conecta à Internet. Oyadomari lembra que a diferença entre quem usa ambos e quem apenas usa o dispositivo móvel ainda está dentro da margem de erro, “mas é uma tendência de quatro anos”. Também uma tendência, dessa vez à redução, é a de quem apenas usa computador: caiu de 6% para 4%.

O pesquisador ressalta que o dado é importante porque mostra que há menos pessoas que podem optar entre usar um ou outro. Porém, Alexandre Barbosa destaca que o celular ainda possui limitações para criação de conteúdo. “O crescimento [do acesso exclusivo pelo celular] em classes menos favorecidas cria em longo prazo dificuldade em habilidades digitais que são fundamentais”.

De fato, na classe D/E, o percentual é de 84% acessando somente pelo smartphone, com 15% para ambos computador e celular, e 4% apenas no computador. Para efeito de comparação, 88% da classe A usa ambos os dispositivos, com apenas 8% usando apenas o celular e 4%, apenas computador.

Na área rural também há disparidade: 72% usam exclusivamente o celular. E entre gêneros, esse padrão de comportamento é maior entre as mulheres (53%) do que dos homens (45%).

Tecnologia

Houve crescimento da forma de acesso por meio apenas de dispositivos móveis, mas isso não  significa uso apenas de rede móvel, mas também por Wi-Fi (público ou doméstico). “É mais comum o uso do Wi-Fi do que redes 3G/4G, porque o indivíduo quer estar conectado o tempo todo e vai evitar pagar por isso”, declara Winston Oyadomari. De acordo com a pesquisa, 88% afirmam usar a Internet no celular pelo Wi-Fi, contra 72% para 3G ou 4G.

 

*********************************

Receba gratuitamente a newsletter do Mobile Time e fique bem informado sobre tecnologia móvel e negócios. Cadastre-se aqui!