Graças às tecnologias mais modernas como 4,5G (sobretudo com o pós-pago) e a fibra, a Vivo registrou aumento nas receitas fixas e móveis no segundo trimestre e, por conseguinte, no acumulado do primeiro semestre do ano, conforme mostrou no balanço financeiro divulgado nesta quarta-feira, 24. Por sua vez, o lucro da empresa mostrou queda na comparação anual em decorrência de eventos não recorrentes em 2018 – excetuando esses efeitos, a operadora afirma ter apresentado crescimento.

No critério contábil (ou seja, considerando os efeitos da adoção da norma IFRS 16), a receita operacional líquida no segundo trimestre cresceu 0,4% e ficou em R$ 10,87 bilhões. No primeiro semestre, o acumulado foi de R$ 21,86 bilhões, avanço de 1,1%.

O grande responsável pelos números positivos foi o segmento móvel, que registrou entre abril e junho R$ 6,97 bilhões, aumento de 2,3%. Em seis meses, foi de R$ 14,05 bilhões, crescimento de 3,5%. A receita de dados e serviços digitais cresceu 4,9% no trimestre (total de R$ 5,20 bilhões) e 6,4% no semestre (total de R$ 10,54 bilhões). A receita líquida de aparelhos cresceu, respectivamente, 31,9% (total de R$ 631 milhões) e 42,3% (total de R$ 1,23 bilhão).

O total da receita da Vivo não teve aumento maior por conta do desempenho do segmento fixo. No segundo trimestre, a área caiu 2,8% e totalizou R$ 3,90 bilhões. No acumulado da primeira metade do ano, a queda foi de 3%, e a soma foi de R$ 7,79 bilhões. Apesar disso, a companhia destaca que a receita em fibra aumentou 55,1% (total de R$ 481 milhões) no trimestre (já representando 34,5% do total de banda larga), enquanto no semestre, o total foi de R$ 918 milhões, aumento de 52,4%. A receita com conexão à Internet ultrapassou a de voz fixa e agora representa 35,7% do total. A receita geral da banda larga totalizou R$ 1,39 bilhão no trimestre (aumento de 12,3%) e R$ 2,78 bilhões no semestre (12,4% de crescimento).

A receita da TV por assinatura caiu 1,8% e encerrou os três meses com R$ 466 milhões. No acumulado do ano, foi R$ 938 milhões (queda de 0,9%). Essa redução se deu pelo impacto negativo da tecnologia DTH, que teve queda de 22,2% e 20,3% no trimestre e no semestre, respectivamente. Por outro lado, o IPTV avançou e agora é 46,5% do total da receita de TV, somando R$ 217 milhões (aumento de 40,5%) no trimestre  e R$ 416 milhões (42,6% de avanço) no semestre.

Efeitos do PIS/Cofins

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBTIDA) contábil no trimestre foi de R$ 4,27 bilhões, uma queda de 18%. No semestre, foi de R$ 8,63 bilhões, redução de 4,1%. A margem EBTIDA nos dois períodos foi de 39,2% (queda de 8,8 pontos percentuais) e de 39,5% (queda de 2,1 p.p.).

A companhia também informou o EBTIDA recorrente, excluindo efeito positivo de R$ 1,83 bilhão em função de trânsito em julgado no STJ sobre decisão de exclusão do ICMS no cálculo das contribuições ao PIS/Cofins e despesas diversas referentes a modelo de risk management (R$ 92 milhões), baixa de ativos ligados a depósitos judiciais (R$ 171 milhões) e reestruturação organizacional (R$ 117 milhões). Neste cenário, o indicador mostrou crescimento de 13,6% no trimestre e de 14,3% no semestre. Da mesma forma, a margem EBTIDA recorrente cresceu 4,6 p.p. nos dois períodos. A tele justifica o desempenho com a expansão da receita móvel e da ultra banda larga, além de medidas “efetivas e duradouras de eficiência em custos”.

Da mesma forma, o lucro líquido da Vivo também teve impacto e mostrou recuo significativo em relação aos mesmos períodos de 2018. A companhia registrou R$ 1,42 bilhão no segundo trimestre, recuo de 55,2%; e R$ 2,76 bilhões no semestre, queda de 35,2%. Por outro lado, a companhia diz que o lucro líquido contábil recorrente cresceu 26,4% no segundo trimestre, alcançando R$ 1,42 bilhão.

No trimestre, a operadora investiu R$ 2,36 bilhões, um aumento de 10,3%, enquanto no acumulado dos seis primeiros meses a quantia foi de R$ 4,06 bilhões, crescimento de 10%. O foco do Capex foi em FTTH e na expansão da cobertura e capacidade em LTE. Desta forma, o fluxo de caixa operacional contábil foi de R$ 1,91 bilhão (queda de 37,8%) e de 4,57 bilhões (diminuição de 14%).

Operacional

A Vivo fechou junho com um total de 94,36 milhões de acessos, redução de 3,5%. O segmento móvel totalizou 73,74 milhões de chips, recuo de 2%. A receita média por usuário (ARPU) cresceu 2,1% no trimestre e ficou em R$ 28,7, enquanto no semestre aumentou 3% e ficou em R$ 29,1.

O pós-pago continuou a mostrar crescimento, encerrando a metade de 2019 com avanço de 8,5%, total de 41,71 milhões de acessos. Desses, 9,13 milhões eram de M2M, que cresceu 28,3%. Mesmo excetuando a comunicação máquina-a-máquina, o pós-pago da operadora ainda soma 32,59 milhões de acessos, contra 32,03 milhões do pré-pago (que caiu 13%). Considerando a base M2M, a tele tem 56,6% do total de linhas móveis no modelo pós-pago.

A Vivo destacou ainda que a cobertura com LTE-Advanced (chamada comercialmente de 4,5G) está presente em 1.057 cidades.

Os acessos fixos totalizaram 20,62 milhões, recuo de 8,5%. A banda larga representa 7,27 milhões de contratos, uma queda de 2,6%. Mas os clientes de fibra cresceram 37,9% (sendo 136 mil adições líquidas somente no segundo trimestre), totalizando 2,17 milhões de contratos. A companhia chega com FTTH em 142 cidades, e promete lançar 30 novas localidades durante o ano.

Em decorrência da redução de 28% do DTH (total de 812 mil acessos), a TV por assinatura sofreu queda de 9,5%, totalizando 1,46 milhão de contratos. Por outro lado, o IPTV avançou 33,2% no período, com 648 mil acessos. A companhia diz que a queda no DTH é resultado de decisão estratégica de suspender vendas.

Em voz, a empresa caiu 11,7% e encerrou junho com 11,89 milhões de linhas. Além do declínio natural deste mercado, a Vivo justifica que há uma substituição do fixo pelo móvel e que há migração também para o serviço de dados.

 

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