| Originalmente publicado no Teletime | Prevendo novas regras para lidar com segurança de infraestruturas físicas e digitais, a Comissão Europeia divulgou nesta sexta-feira, 24, a nova Estratégia de Segurança da União Europeia. Uma das premissas é de que o bloco econômico terá “potencial dependência” das redes de 5G e, por conta disso, urge pelo desenvolvimento da cultura de cibersegurança “by design” (desde o início do desenho do projeto). Além disso, a ideia é fortalecer e reposicionar a região na cadeia de fornecimento de infraestrutura crítica.
Citando novas tecnologias como inteligência artificial e analytics, a Estratégia estabelece que a inovação será fundamental para a União Europeia se proteger de ameaças. Conforme diz o documento, “o risco de dependência tecnológica hoje é forte – a UE é um exemplo de importação líquida de produtos e serviços de cibersegurança, com tudo que isso implica na economia e na infraestrutura crítica”.
Por conta disso, diz: “Para dominar a tecnologia e garantir a continuidade do fornecimento também em caso de eventos adversos e crises, a Europa precisa de presença e capacidade nas partes críticas das cadeias de valor relevantes”.
O bloco econômico é atualmente um dos focos da pressão do governo dos Estados Unidos contra a China (e especificamente contra a Huawei e ZTE no 5G) após o Reino Unido ter cedido e voltado atrás em decisões anteriores, banindo os fornecedores chineses. A administração Donald Trump já aventou inclusive aportes e pseudo-estatização das concorrentes mais fortes da Huawei, a Ericsson e a Nokia, empresas respectivamente sueca e finlandesa.
Parcerias
Na Estratégia de Segurança, a UE coloca que um dos elementos mais estratégicos é na oferta de comunicações seguras. Por isso, trabalha com os estados membro para implantar uma “infraestrutura ‘quântica’ fim-a-fim certificadamente segura”. Essa rede terrestre e espacial será combinada com sistemas de comunicações satelitais que, por sua vez, está sendo lidado pela regulação do Programa Espacial da União Europeia.
A entidade também prevê um conjunto de diretrizes específicas para cada setor. Além disso, pretende montar uma “ciberunidade conjunta” para dar cooperação estruturada e coordenada à operação do ecossistema de cibersegurança. Processo, metas e cronograma deverão ser definidos até o final deste ano.
O comunicado não especifica países, mas fala em “parcerias internacionais” para prevenir, deter e responder a ciberataques. “A UE também deveria aprofundar o trabalho por meio de fundos de desenvolvimento e cooperação para prover capacidade construtiva para apoiar estados parceiros a fortalecer seus ecossistemas digitais, adotando reformas legislativas nacionais ou aderindo a padrões internacionais”, diz o documento.