Ilustração: Cecilia Marins
A QueroQuitar, marketplace de negociação de dívidas, realizou um projeto piloto usando RCS com cerca de 10 mil pessoas. O valor pago entre aqueles que receberam a cobrança via RCS foi 306% maior comparado com os que receberam SMS das ofertas. O case foi compartilhado por Marcelo Ferreira, COO da companhia, em palestra no MEF Latam, em São Paulo, nesta quarta-feira, 24.
O valor pago da dívida não foi a única métrica em que o RCS superou o SMS. A empresa também analisou a taxa de entrega. Entre a base selecionada, a QueroQuitar selecionou usuários da Vivo, e, para eles, foram enviadas 11.195 mensagens RCS. A taxa de entrega foi de 99,41%, enquanto os SMS foram recebidos por 67,86% das pessoas. Os RCSs foram lidos por 25,5% desses clientes.
O engajamento entre os usuários se refletiu nos números das negociações. O valor acordado entre aqueles que receberam RCS foi 108% maior do que os usuários que receberam SMS. Enquanto no primeiro a taxa final de efetividade ficou em 18%, no segundo canal foi metade, 9%.
Marcelo Ferreira, COO da QueroQuitar, apresentou dados do projeto piloto. Foto: reprodução
“O que a gente percebeu é que, principalmente pelas fraudes, o RCS traz segurança. Nós conseguimos engajar mais, pelo fato de poder ter imagens, mostrar a marca de validade. Isso facilitou também”, disse Marcelo Luiz Leite, sales manager da Telefónica, que atuou junto à QueroQuitar no projeto piloto.
Testes
O marketplace, que está conectado a 40 credores com 60 milhões de clientes endividados, fez outros dois testes antes desse, com menos sucesso. De acordo com Ferreira, o principal problema foi a troca de canais durante o contato com os clientes. Nessas primeiras tentativas, eles recebiam uma mensagem com link que direcionava para o marketplace. Já nessa última solução tudo é feito dentro da sessão de RCS.
“Hoje, o SMS é o nosso principal canal de recuperação. A gente acaba tendo que mandar um volume bastante elevado de SMS. A ideia é reduzir essa dependência, entrando com outros canais adicionais de recuperação. Nós vamos implementar para inúmeras carteiras”, contou o COO da QueroQuitar sobre os planos futuros.
Atualmente, o maior desafio, para ele, é a universalização da tecnologia. Comparado com outros canais mais utilizados, como o WhatsApp, o RCS ainda é incipiente no Brasil. Por isso, a empresa também investe em comunicação em canais como o app de mensageria da Meta, além de plataformas Google Ads, YouTube Ads e e-mail. Antes, o SMS representava cerca de 75% da recuperação do marketplace. Com o uso de novos canais, esse número caiu para 58%.
“A taxa de conversão vai depender muito do tipo de serviço. Você pode ter taxas de conversão, inclusive, maiores numa venda de um produto ou outro tipo de serviço. É uma ferramenta muito interessante como alternativa para as marcas chegarem nos clientes”, afirmou Leite, da Telefónica.
