Há inúmeros projetos de impacto social ao redor do mundo conduzidos por governos e ONGs que poderiam ser alavancados e ganhar mais eficiência se aplicassem modelos de inteligência artificial e aprendizado de máquinas na análise de dados. Pensando nisso, a empresa norte-americana DataRobot criou o programa AI For Good, cujo objetivo é disponibilizar cientistas de dados para ajudar no desenvolvimento de modelos de IA e no treinamento de equipes locais para aperfeiçoá-los e mantê-los ao longo do tempo.

O primeiro projeto beneficiado trata do acesso a recursos hídricos em áreas rurais de Serra Leoa e Libéria, na África. A parceria foi firmada com a ONG norte-americana Global Water Challenge, que, por sua vez, tem acordos com os dois governos africanos e com diversas ONGs locais para a coleta de dados sobre poços e canos de distribuição de água em áreas remotas. Um dos maiores problemas nesses países é que 25% da infraestrutura construída para levar água para a população no interior se rompe dentro de três ou quatro anos. Foi desenvolvido então um modelo de IA para prever com antecedência de um ano quais estruturas vão ruir e informar se é melhor construir uma nova ou reparar a atual (veja o vídeo abaixo). “Antes os gestores usavam planilhas em papel. Agora acessam um painel na web com todos os dados e conseguem antecipar suas ações”, relata Chandler McCann, diretor do AI For Good.

 

A DataRobot está aberta para selecionar novos projetos do mundo inteiro. Cinco já foram escolhidos e seus nomes serão divulgados em novembro. E há um projeto brasileiro em análise, relacionado ao controle da epidemia de dengue. Seu objetivo é prever quais localidades têm maior risco de propagação da doença e como devem se preparar para prestar a assistência médica adequada à população. Quaisquer outros projetos que queiram se candidatar a firmar parceria com a DataRobot podem se inscrever através deste link: datarobot.com/ai-for-good.

“Cabe lembrar que oferecemos às ONGs acesso a tecnologia avançada, a mesma que usamos em grandes companhias que são nossas clientes. Não é uma adaptação, não tem diferença nenhuma”, esclarece Rodrigo Bertin, diretor de IA para a América Latina da DataRobot.

A empresa não informa quanto investe no programa AI For Good, mas McCann garante que o retorno é muito maior.