| Publicada originalmente no Teletime | As capitais brasileiras com a renda média mais alta também têm a maior quantidade de antenas 5G na faixa de 3,5 GHz. Enquanto as cidades de BrasíliaRio de Janeiro e Porto Alegre (alguma das de maior renda do País, segundo dados de 2021 do IBGE), têm mais de três estações radiobase (ERBs) 5G Standalone para cada 10 mil habitantes, esse número não chega nem a dois quando se olha para São Luís e Manaus – cuja renda é inferior à média nacional entre as capitais. Em Boa Vista, o cenário é ainda pior: os moradores da maior cidade de Roraima não têm nem uma antena para cada 10 mil habitantes. As redes estão implementadas em todas as capitais por obrigações do edital.

O cruzamento de informações realizado por Teletime levou em consideração os dados da implantação 5G Standalone na faixa 3,5 GHz nas capitais, divulgados pela Anatel no último dia 16. Já as informações sobre a renda média mensal em salários mínimos estão disponíveis na página IBGE Cidades.

As maiores diferenças

A capital com a maior concentração de ERBs 5G (na faixa 3,5 GHz) é Brasília, com 3,76 antenas para cada 10 mil habitantes. A região do Distrito Federal foi a primeira no Brasil a ter o sinal liberado pela Anatel, em 6 de julho de 2022. A renda média mensal na cidade, segundo o IBGE, foi de 5,1 salários mínimos em 2021. Esse valor é acima da média entre as capitais: 3,4 salários mínimos por mês.

5G

Concentração das estações rádio base (ERBs) 5G na faixa de 3,5 GHz para cada 10 mil habitantes nas capitais brasileiras. Gráfico: Danilo Paulo/Teletime

Na outra ponta, está a capital Boa Vista/RR. Com renda média mensal de 3,1 salários mínimos, a cidade tem 0,97 estações para cada 10 mil habitantes. Por lá, o sinal foi liberado em setembro do ano passado. Manaus, com renda média de 3 salários mínimos, tem 1,19 ERBs na faixa 3,5 GHz para cada 10 mil moradores.

Na prática, quanto mais antenas numa região, maior é a cobertura e melhor é qualidade de conexão oferecida aos clientes da quinta geração de redes móveis. Além de Brasília, Rio de Janeiro e Porto Alegre são as únicas capitais com mais de três ERBs do tipo para cada 10 mil habitantes – com taxas de 3,21 e 3,13, respectivamente. Essas duas cidades têm renda média mensal na casa de 4,1 salários mínimos.

As exceções

Também existem capitais com renda acima da média nacional, mas com número baixo de antenas 5G na principal faixa do 5G (em comparação com as demais cidades). Esse é o caso de Palmas e Macapá. Embora a renda média em cada uma seja de 3,8 salários mínimos, a taxa de ERBs 5G 3,5 GHz é de apenas 1,49 e 1,11 para cada 10 mil habitantes, respectivamente.

Já Fortaleza tem a sétima menor renda média entre as capitais (2,7 salários mínimos), mas 2,05 antenas para 10 mil habitantes. Recife segue um padrão semelhante: o município do litoral pernambucano tem a sexta maior concentração de antenas entre as capitais (2,71 ERBs), mas a renda média de 3,2 salários mínimos é abaixo da média das 27 cidades analisadas.

Panorama do 5G no Brasil

Hoje, o País tem 2.024 cidades com 5G liberado para que as operadoras possam instalar a rede. Mas apenas 267 dessas têm a versão Standalone da tecnologia já implementada. Juntos, esse pequeno grupo de municípios, incluindo a região do DF, respondem por 80% da população brasileira.

De acordo com a Anatel, atualmente a cobertura da quinta geração de redes móveis alcança, em média, entre 30% a 40% da área urbana das cidades que possuem a tecnologia 5G instalada.

 

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