O grafeno promete revolucionar a indústria móvel. O material está sendo testado para o desenvolvimento de baterias e telas flexíveis. Estas últimas devem chegar ao mercado dentro de cinco anos, preveem especialistas. A aplicação do grafeno em smartphones foi discutida em painel durante o Mobile World Congress (MWC), em Barcelona.

O grafeno é obtido a partir do grafite e tem propriedades que o tornam atraente para diversas verticais da economia: é flexível, resistente, impermeável, conduz energia e tem a espessura de um átomo. Para se ter uma ideia, uma lâmina de grafeno do tamanho de um campo de futebol pesa apenas 3 gramas. A descoberta do grafeno rendeu o prêmio Nobel de Física para uma dupla de professores da Universidade de Manchester, no Reino Unido, em 2010.

Para acelerar a pesquisa em torno do material, a Comissão Europeia criou o projeto Graphene Flagship, com orçamento de US$ 1 bilhão para os próximos dez anos. Fazem parte dele uma série de empresas e de instituições de ensino europeias, dentre as quais a Nokia.

A produção do grafeno não é mais o problema, garante o diretor geral do Graphene Flagship, o professor Andrea Ferrari, da Universidade de Cambridge. Já há métodos de produção escalável de grafeno líquido, como uma tinta negra que pode ser aplicada em impressões em papel, tecido e plástico. Essa tinta também pode se transformar em um pó de grafeno, para outras utilidades.

Não há, contudo, estudos de longo prazo que atestem que o grafeno não faça mal à saúde humana ou prejudique o meio ambiente. Para dirimir qualquer dúvida, o Graphene Flagship investe US$ 2 milhões por ano em pesquisas sobre essa questão. "Vale lembrar que o grafeno está presente no grafite, material com o qual se faz o lápis, que qualquer criança pequena já botou inúmeras vezes na boca e que a humanidade manuseia há muito, muito tempo", lembrou.

 

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