No curto prazo existe um risco de rompimento da cadeia de suprimentos de telecomunicações, alertou o CEO da Orange, Stéphane Richard, logo no começo da sua apresentação, no Mobile World Congress, nesta segunda-feira, 25, em Barcelona. Ele não mencionou nomes, mas ninguém teve dúvidas de que se referia à crise envolvendo a Huawei e a pressão do governo norte-americano para que países aliados parem de comprar da fornecedora chinesa, alegando riscos para a segurança nacional. “É a primeira vez que temos esse risco em nossa indústria. É uma preocupação de todo o setor”, comentou o executivo da operadora francesa.
Ele não foi o único a tocar no assunto delicado durante a abertura do maior evento mundial do setor de telefonia móvel. O CEO da Vodafone, Nick Read, aproveitou para criticar a concentração do segmento de fabricação de infraestrutura em três players globais – referindo-se, agora, a Huawei, Nokia e Ericsson.
Read minimizou os riscos do 5G para a segurança de governos. Ele lembrou que o 5G está sendo construído sobre o 4G, que já tem uma série de camadas de segurança, desde o rádio até o núcleo da rede. “E o 5G vai adicionar sua própria camada de segurança, que é tão boa ou melhor que a do 4G”, afirmou.