Existe uma relação direta entre o desenvolvimento da conectividade e o preço do espectro que será cobrado para as faixas de 5G. E a abertura do MWC 2019, que acontece esta semana em Barcelona, colocou este problema no topo da lista de prioridades. Quem deu o primeiro tom foi o presidente do grupo Telefônica, José Maria Pallete. “Tudo depende da conectividade. A Internet é incrível, mas a conectividade é essencial”, disse ele, lembrando que telecomunicações é o único setor da economia em que a demanda cresce a cada ano e em que os serviços são deflacionários, ou seja, caem de preço para o consumidor. “O preço dos serviços para o usuário médio é menor do que dois cafés ao dia”, pontuou o executivo do grupo espanhol.
Um dos problemas, colocou Pallete, é o preço das frequências. “Por que precisamos pagar pelo mesmo espectro de novo e de novo novamente?”. Para ele, o objetivo dos reguladores deve ser a simplificação e tornar o espectro acessível.
Para o diretor geral da GSMA, Matt Granyard, “a ganância (de governos e reguladores) no curto prazo pode matar o ouro que podemos alcançar no longo prazo”, referindo-se também ao preço das frequências de 5G. Ele aponta que o desenvolvimento da conectividade é o desenvolvimento de toda a economia. “a indústria móvel seria hoje a quarta economia do mundo se fosse um país”, pontuou.
A Europa, tem sido especialmente afetada por uma onda de licenciamento de espectros com altos valores. “Isso é algo que pode comprometer o desenvolvimento da quinta geração, disse o CEO da Ericsson, Börje Ekholm, que não falou no painel mas deu uma entrevista para a imprensa antes da abertura do evento. Na mesma linha foi a Nokia, com a palestra de Rajeev Suri, seu CEO, para imprensa e analistas realizada no domingo, 24.
Conectividade inteligente foi outro ponto destacado pelo diretor da GSMA como um fator de mobilização da indústria. Ele se refere ao movimento de agregar inteligência artfical, IoT, big data e conectividade 5G sobre as redes existentes.
Ele também destacou a necessidade de consolidações no mercado de celular e o desenvolvimento de regras isonômicas com empresas de Internet, destacando ai princípios de privacidade e proteção de dados, sustentabilidade e comprometimento social. Para Pallete, é fundamental que a indústria se posicione para que o consumidor tenha controle de deus dados. “Precisamos de uma nova declaração de direitos para a era digital”, disse.