A Sabesp (Android, iOS) tem a expectativa de que daqui a três meses possa automatizar todo o ciclo de saneamento no projeto-piloto na zona oeste da cidade de São Paulo, na região do Jardins. A operação tecnológica, também conhecida como saneamento 4.0, funciona a partir de um sistema com dispositivos de Internet das Coisas (IoT) e inteligência artificial (IA). O processo inclui a obtenção de informações através de sensores, instalados nas diversas etapas da distribuição de água.
Até o momento, é necessário que um técnico vá até o local com uma ferramenta específica – chamada chave de manobra – caso haja algum problema no ciclo de saneamento, e a maior parte do processo ainda acontece de forma manual. Os indicadores precisam ser analisados e controlados por funcionários a todo o momento. Uma vez instalados os sensores nos equipamentos da estação de tratamento, o sistema de medição é automatizado, podendo perceber alterações medindo a quantidade de partículas na água.
A primeira etapa do ciclo de abastecimento e saneamento passa pela captação da água de algum rio, que é levada para tratamento em uma ETA (Estação de Tratamento de Água). Essa água, então, é encaminhada para os reservatórios da Sabesp e, lá, distribuída aos clientes, sejam eles comerciais, residenciais ou imóveis da cidade. Em seguida, depois que a água é consumida, ela se torna esgoto e é coletada, sendo encaminhada para tratamento na ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) e devolvida ao meio-ambiente.
“Em todo o ciclo de saneamento, o projeto prevê o sensoriamento mirando a entrega para a população na maior quantidade possível”, afirmou o Roberval Tavares, COO da Sabesp, durante o Massive IoT Summit, evento organizado pela Everynet e Associação Brasileira de Internet das Coisas (ABINC), realizado em São Paulo, nesta quinta-feira, 25. Por causa da automatização, a companhia conseguirá acompanhar em tempo real de modo remoto os relatórios, gráficos e alertas, como também possíveis problemas na rede. O diretor de operações explica que isso poderá ser feito por um dispositivo móvel, por exemplo.
Atualmente, a empresa tem cerca de 350 mil pontos de medição de hidrômetros instalados e tem atuação em 376 municípios, com pretenção de automatizar todo o ciclo até 2030. Ele conta que a operação tecnológica está sendo estudada, inicialmente, para contemplar os testes em sete cidades inteligentes. “Para tirar a chave [de manobra] precisa de muita segurança e todos os nossos testes caminham para isso”, ressaltou Tavares.
Em 2021, a Sabesp escolheu o sistema Elliot Cloud da Nalbatech como vencedora do seu leilão licitatório para implementar um sistema centralizado de monitoramento e controle da telemetria e telemedição (hidrometria). O serviço está em andamento na cidade de Morungaba, a 110 km da capital, desde então, e a meta é automatizar todo o processo ainda este ano.