| Originalmente publicado no Teletime | A Anatel anunciou nesta segunda, 25, a atualização do seu planejamento estratégico para o período até 2024. O documento serve como um balizador de ações da agência e como ferramenta de acompanhamento dos trabalhos da Anatel. Depois de um diagnóstico do mercado, a Anatel estabelece uma série de ações e objetivos. É um instrumento importante no sentido que dá ao mercado um referencial de alguns números e projeções da Anatel para o desempenho de diferentes segmentos.
Entre os números, alguns se destacam. Por exemplo, a cobertura de banda larga móvel hoje é de 97,3% da população e a Anatel projeta para 2023 ampliar essa cobertura para 98,65% da população. O pequeno aumento percentual se deve ao imenso desafio que é chegar ao restante da população, hoje localizada em áreas remotas ou fora dos grandes centros urbanos.
Concentração maior no mercado móvel
A Anatel também prevê que haverá uma maior concentração no mercado de telefonia móvel. Segundo a agência, esta concentração é um processo natural, e até desejável, no sentido de dar ao setor um reequilíbrio sustentável. A concentração se mede pelo índice HHI (Herfindahl-Hirschiman), que varia de 0 até o máximo de 1 (em um mercado monopolista). Hoje o índice HHI do mercado móvel brasileiro é de 0,25 e a Anatel projeta que ele aumentará, ficando menor do que 0,37 em 2023.
Em compensação, a Anatel projeta até um aumento na disputa pelo mercado de banda larga fixa, com uma leve redução do índice HHI do setor, que já é bastante baixo (muito competitivo), e tende a ficar em torno de 0,15 em 2023.
Diagnóstico
O números da Anatel mostram um quadro interessante também de evolução dos números do setor nos últimos anos. Por exemplo, o preço médio por minuto do SMP se manteve estável em 2019, em R$ 0,08, e houve uma leve queda quantidade de minutos consumidos na rede móvel por usuário, para 54,95 bilhões minutos trafegados. Ainda que no ano os números não tenham mostrado grande deterioração, na série histórica as quedas mostram uma clara tendência.
Banda larga fixa
A Anatel projeta, para 2023, a ampliação de 4.012 para 4.883 municípios servidos com backhaul de fibra e a ampliação da velocidade média contratada de 45 Mbps para 150 Mbps em banda larga fixa
Essas dificuldades se refletem também na cobertura de banda larga fixa rural, hoje restrita a 44% dos domicílios rurais. A meta da Anatel é elevar esse número para 73,04% em 2023.
A densidade dos serviços de banda larga fixa (contratos por 100 mil habitantes) hoje está em quase 47%, e pela projeção da Anatel não deve ir muito além de 57% até 2023. Ainda assim, em 2023, a teledensidade na região Norte não será maior do que 38%, prevê a Anatel, e no Nordeste também ficará na casa dos 46%.
Já a receita média por usuário de banda larga cresceu em 2019, para R$ 87,91, contra R$ 73,58 em 2018, mesmo com o preço por MB se mantendo mais ou menos estável ao longo do ano em R$ 0,56 (contra R$ 0,59 em 2018).