TeletimeTec29

Um dos defensores do padrão de rede abertas OpenRAN, Giovani Siqueira, head do TIP Fórum na América Latina, acredita que a adoção da tecnologia é gradual no mercado de telecomunicações. Durante o TeletimeTec, evento organizado pelo Teletime nesta terça-feira, 25, o executivo explicou que o RAN aberto avança “um pouco mais rápido” em países desenvolvidos, inclusive com implantação comercial. Mas acredita que há bastante espaço para operadoras de outros mercados avançarem com esta oferta.

“O OpenRAN não é insuficiente em comparação aos padrões tradicionais, segundo as operadoras (que instalaram comercialmente)”, disse. Em relação aos fornecedores da tecnologia, Siqueira acredita que os vendors não tradicionais serão pioneiros no OpenRAN, seguidos pelos tradicionais.

Para Vinicius Caram, superintendente da Anatel que chefia o grupo de trabalho de redes abertas da agência, o sucesso do modelo aberto se dará pela “customização”. Em sua visão, o mundo de telecom caminha para soluções de negócios e o OpenRAN permite aos operadores criarem um formato “self-service” de opções ao implementarem as redes, de maneira mais adaptável às suas necessidades e particularidades. Isso acontece pela característica do OpenRAN de funcionar, além de ser em formato aberto, com funcionalidades virtualizadas e com a entrada de novos vendors não tradicionais, de TI.

Maturidade

Por outro lado, o diretor de planejamento de redes da Vivo, Átila Branco, acredita que ainda falta maturidade ao OpenRAN. O executivo da operadora esclarece que essa maturidade é operacional e não tecnológica, como mão de obra especializada no assunto, além de realizar testes nos padrões mais recentes de redes, como 5G non standalone (NSA) e standalone (SA).

Branco lembra que a Vivo já realizou testes bem-sucedidos com OpenRAN no Vale do São Francisco, em uma camada de rede 4G. Mas o importante agora é testar no 5G, uma vez que a tecnologia de rede aberta tem espaço para avançar em mercados de nicho, como redes privativas e Internet das Coisas.

“As operadoras têm que dedicar uma parte de planejamento nisso (OpenRAN). Quanto mais entidades envolvidas, mais o processo vai se acelerar. Isso aumenta a competitividade no mercado de telecom e incentiva a inovação”, afirmou o executivo da operadora. “Teremos em breve diversas operações comerciais em OpenRAN. Pouco a pouco, os vendors tradicionais entrarão no OpenRAN”, completou.

 

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