| Publicada no Teletime | Os fundos EB Capital e Digital Colony, por meio da Highline Brasil, ainda aguardam definições sobre o leilão do 5G, após a análise do Tribunal de Contas da União (TCU), para tomar a decisão de participar ou não. Porém, não se descarta um olhar que pode ir além dos lotes regionais oferecido no certame, uma vez que as oportunidades de crescimento junto a prestadoras de pequeno porte são grandes.

O diretor de desenvolvimento de negócios da Highline Brasil, Luis Minoru Shibata, considera prematuro dar uma posição sobre o leilão, mas também enxerga que, se houver um “ligeiro atraso na perspectiva”, será proveitoso para a empresa ter mais tempo para análises e traçar com maior refinamento o plano de negócios. O fato é que a empresa já tem ideia da estratégia que quer tomar.

“Queremos evitar fazer um business case da Faria Lima. Temos gastado muito tempo e esforço para conversar com interessados. Não queremos cliente final, mas ser uma rede neutra mesmo, e não uma ‘rede aberta’ criada pelos clientes âncoras”, destacou Shibata durante o Teletime TEC nesta terça-feira, 25.

Essa falta de um grande contrato já garantido significa, contudo, que é necessário concentrar o máximo possível de players a serem atendidos. “Temos falado com PPPs e uma série de novos entrantes”, diz, mencionando não apenas o contexto da banda larga fixa, mas também no celular.

“O investimento para o 5G vai ser considerável, são bilhões de reais. É muito para todos, inclusive para as grandes. É muito bom ver um leilão não arrecadatório, mas o investimento é muito grande frente ao retorno”, declara. “Conseguimos hoje criar modelo viável para operações móveis, mas precisamos aguardar as obrigações das frequências e existem desafios.”

Área fértil

O fundo de private equity EB Capital, que detém investimentos nos provedores regionais Sumicity e Mob Telecom, está com a tese de maior volume de Capex na rede de fibra óptica, chegando a ter um backbone nacional conectado entre as diferentes empresas. A companhia tem um braço específico, a EB Fibra, com o ex-presidente da Petrobras, Pedro Parente, como CEO e 100% focada em ISPs.

Segundo o sócio da EB Capital, Felipe Matsunaga, a empresa está estudando o leilão do 5G por meio de consultorias e análise interna, mas ainda não pode dar resposta firme se vai participar do processo, “em lotes regionais e eventualmente, até nacional”. Mas o foco está na infraestrutura que dará suporte à tecnologia. “A necessidade da rede para fazer o negócio [do 5G] andar vai ser estrondosa, e temos que aproveitar o backbone e a rede de acesso.”

Matsunaga acredita que as oportunidades do mercado atual são mais bem definidas do que na época dos leilões de frequências para 3G e 4G, uma vez que já está estabelecida a existência da demanda por dados e conectividade. “Está sobrando dinheiro no mercado. Hoje há uma tendência preocupante em telecom muito focada nas redes. Fundos de private equity e venture capital estão oferecendo mais dinheiro do que startups estão pedindo, e acho que telecom é uma área fértil.”, declara.

Carrier

A analista do Santander, Maria Tereza Azevedo, concorda que as empresas regionais estão se movimentando, não apenas para complementar a oferta de fibra que já possuem, mas para ter mobilidade pessoal e fixa e, se houver interesse, prover infraestrutura, atuando como “carriers” para as grandes teles. Ela vislumbra ISPs entrando no leilão em consórcio, “já prevendo compartilhamento desde o dia zero”, ou utilizando redes terceiras como a da Highline.

 

 

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