5G; Anatel

Os abismos sociais e a dificuldade de levar conectividade aos rincões do País são as principais barreiras do 5G no Brasil, segundo Emmanoel Campelo, vice-presidente da Anatel. Durante sua participação no Ciab Febraban 2021, o representante do órgão regulador explicou que a quinta geração das redes celulares tem dois desafios no País:

  1. o leilão de frequências, que Campelo enxerga como “bem encaminhado” nas tratativas com TCU;
  2. As barreiras sociais

“A questão social eu considero o (desafio) mais preocupante. Que teremos o 5G, isso é um fato. Não há risco de não existir o 5G no Brasil. Mas pode não estar disponível a todos. Por isso, a agência precisa ter cuidado para que o 5G não se torne uma ferramenta de divisão, de concentração de poder e recursos”, afirmou o VP da Anatel.

Campelo lembrou que o edital traz uma série de “compromissos exigidos” às proponentes vencedoras, em especial a contrapartida de levar conectividade às comunidades desassistidas. “E esse é apenas o primeiro passo. A agência (Anatel) e o governo federal precisam manter os trabalhos nas principais políticas públicas para garantir conectividade de qualidade a todos”, completou.

O representante do regulador disse ainda que o leilão de 5G é uma “grande oportunidade de solucionar as lacunas tecnológicas e de conectividade no Brasil” e que a agência possui “grandes expectativas” para a redução da desigualdade.

Campo e handsets

CIAB31

Alex Salgado, vice-presidente de B2B da Vivo, acredita que outro desafio no 5G são os preços dos smartphones. Em sua visão, o acesso da população à quinta geração está atualmente impraticável com smartphones 5G vendidos a R$ 5 mil: “Os dispositivos precisam ser acessíveis. Não adianta falar de 5G para alta gama e alta sociedade. É preciso ter dispositivos que sejam acessíveis para todos. Até porque as populações de baixa renda não terão condições de comprar dispositivos de R$ 4 mil a R$ 5 mil para ter acesso às redes de quinta geração”, afirmou.

Por sua vez, Antônio Carlos Wagner Chiarello, diretor de agronegócio do Banco do Brasil, chamou a atenção para a falta de conectividade no campo. Lembrou que é preciso investimento no setor, uma vez que apenas 30% das propriedades rurais têm conectividade no Brasil (dados da Embrapa). Mas explica que empresas do setor financeiro, telecom e maquinário têm endereçado esse desafio. Outro ponto preocupante visto pelo executivo do BB é a heterogeneidade do público no campo, do pequeno produtor até os mega produtores, e como cada um terá acesso e consumirá as informações.

 

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