A TIM divulgou na noite desta segunda, 25, seus resultados financeiros e operacionais referentes ao segundo trimestre de 2016. A receita bruta da TIM no trimestre caiu 15,3% na comparação com o mesmo período de 2015, para R$ 5,6 bilhões, e na comparação com o trimestre anterior a queda foi de 2%. A receita líquida caiu 8,8% no comparativo entre o primeiro trimestre deste ano e o mesmo período de 2015, e 2,7% na comparação com o trimestre anterior, R$ 3,82 bilhões. Os segmentos que mais tiveram queda de receita na comparação anual foram interconexão, com queda de 31,9% no primeiro trimestre, fechando em R$ 244 milhões; longa distância, com queda de 21% e um total de R$ 361,9 milhões no trimestre; assinaturas e utilização, com queda de 14,5%, para R$ 2,584 bilhões; e um aumento expressivo nas receitas de serviços adicionados, que subiram 21,8%, para R$ 1,19 bilhão. A queda no uso se deve ao cenário econômico, migração de voz para dados e queda da VU-M contabilizada durante todo o trimestre. Repare-se que os indicadores ruins são os mesmos que no ano passado já impactavam a degradação dos resultados do segundo trimestre.
Apesar do crescimento de receitas com serviços de valor adicionado (aumento de 10,5% na comparação anual, para R$ 1,51 bilhão), o segmento de SMS segue puxando o resultado da operadora para baixo no quesito SVA, onde houve queda de 35%. A chamada receita "inovativa" cresceu, segundo a TIM, 19,1% na comparação anual, para R$ 1,37 bilhão, decorrente da forte migração para uma base de smartphones e pacotes de dados. Hoje as receitas com SVA representam 45% das receitas brutas da TIM.
As receitas com serviços tradicionais caíram. A mais impactada é a receita de longa distância, que caiu 21% na comparação anual, mas também houve queda nas receitas de voz, de modo que o crescimento nas novas receitas, segundo a empresa, ainda não foi suficiente para reverter a tendência de queda na receita líquida, que fechou o trimestre em R$ 3,8 bilhões, ou 12,4% a menos do que havia sido registrado no segundo trimestre de 2015.
Houve uma queda de 56% nas receitas de produtos (venda de aparelhos), para R$ 249,9 milhões, decorrente de uma mudança de estratégia e do cenário cambial. A quantidade de aparelhos vendidos caiu 77% para 358 mil unidades, enquanto o valor médio aumentou 83%. Segundo a TIM, os percentuais elevados deixarão de ser vistos daqui em diante, quando a mudança de estratégia completar um ano.
A receita média por usuário da TIM (ARPU) teve uma alta de 7% no segundo trimestre, para R$ 17,2, e a média de minutos utilizados por usuário ficou em 118, também permanecendo estável. A empresa informa ter promovido uma redução de 6,4% na força de trabalho na comparação com o mesmo período de 2015, e tem hoje 12,1 mil empregados.
Com isso, o EBITDA no segundo trimestre foi de R$ 1,2 bilhão, uma queda de 6,5% se não fosse considerada a terceirização das torres ou uma queda de 43,7% em conta o gasto com aluguel desta infraestrutura, mas a margem subiu de 29,5% no segundo trimestre de 2015 para 31,5% no segundo trimestre deste ano (ou 32,5%, desconsiderados as vendas de torres). O lucro líquido trimestral foi de R$ 74,5 milhões, 92,1% a menos em relação a 2015, ou R$ 47,4 milhões e queda de 84,6% o resultado for normalizado, excluindo a receita extraordinária com venda de torres. A operadora investiu no segundo trimestre R$ 975 milhões, ou 17,7% a menos em relação a 2015. Cerca de 80% dos investimentos foi com infraestrutura.
A dívida bruta está em R$ 7,7 bilhões e a companhia tem R$ 3,8 bilhões em caixa. Houve crescimento da relação dívida líquida/EBITDA, de 0,48 para 0,77 no segundo trimestre deste ano, na comparação anual
Dados operacionais
A operadora registrou cerca de 34 milhões de usuários com smartphones 3G, de um total de 64 milhões de linhas. A queda na base 3G foi de 17,8% no ano. Há 11,2 milhões de usuários 4G, um aumento anual de 22,1%. Hoje, 70% dos usuários da TIM hoje têm smartphones e 50% utilizam plano de dados (32,6 milhões, ou um aumento de 3% no ano).
A empresa perdeu 3,3 milhões de clientes no segundo trimestre do ano, sendo que a base pré-paga sozinha perdeu 3,5 milhões de clientes. Mas houve uma desaceleração de 19% na comparação anual nas adições brutas, ou seja, está muito mais difícil para a operadora conquistar clientes. O churn está em 15,6% no segundo trimestre deste ano, quando era de 13,2% há um ano. A base de pós-pagos cresceu 1,6% no ano, para 13,7 milhões de clientes.
A operadora tem hoje 579 cidades 4G (64% da população urbana) e 9,2 mil sites nesta tecnologia. Há ainda 1.963 cidades com 3G, ou 12,8 mil sites.