Pelo segundo mês seguido, a base brasileira de celulares apresentou queda. De acordo com dados divulgados nesta terça-feira, 25, pela Anatel referentes a julho, o total de acessos móveis foi de 281,450 milhões, recuo de pouco mais de 1 milhão de linhas em relação a junho. De maio para junho, a agência já registrara queda: 1,699 milhão de desconexões (total de 282,454 milhões).

Enquanto o 2G continua a demonstrar a tendência natural de queda, o 3G mostrou pequena melhora de 0,07% (120 mil adições líquidas) após a queda de 0,05%, ou 73,5 mil desconexões, em junho – até agora o único mês a mostrar recuo desde o início das operações dessa tecnologia no País.

Procurada por este noticiário, a Anatel ainda não respondeu se houve mudança na metodologia de cálculo da base 3G que explique a repentina queda após uma evolução entre abril e maio de 2,534 milhões de adições líquidas (aumento de 1,62%).

Em junho, as desconexões na TIM e na Claro foram as maiores responsáveis pela diminuição da base 3G. Em julho, porém, apenas a Claro se recuperou, mostrando aumento de 232,1 mil acessos. Por sua vez, a TIM caiu até mais: 459,2 mil. Caíram também em julho a Nextel (27,4 mil) e a Vivo (15,8 mil). O total inteiro só mostrou aumento de 120,4 mil (0,07%) por conta do desempenho da Claro e principalmente da Oi, com 381,6 mil adições líquidas.

Com essa dinâmica, a briga entre TIM e Vivo pela segunda colocação na base 3G se acirrou. Até junho, a operadora da Telecom Italia tinha pequena vantagem, com 41,325 milhões de acessos 3G. Mas como caiu fortemente em julho, a Vivo conseguiu ultrapassa-la, fechando o mês com 41,276 milhões contra 40,865 milhões da TIM. A líder continua a Claro, com 52,140 milhões de acessos de terceira geração.

LTE

Se o 3G perde o fôlego no Brasil, o LTE compensou isso, algo notável em meio a um cenário macroeconômico difícil, especialmente levando em consideração o poder de compra do consumidor brasileiro. O crescimento pode ser explicado por uma tendência de migração do 3G para o 4G, algo natural já que as operadoras não diferenciam mais a tecnologia nos planos de banda larga. Também é possível que se explique pela maior disponibilidade de aparelhos de preço mais acessível que são compatíveis com LTE.

Na ponta do lápis, o 4G continua crescendo e mantendo o ritmo: entre maio e junho, o crescimento foi de 11,21% (1,327 milhão de adições líquidas), e entre junho e julho, foi de 11,28% (1,485 milhão). Assim, o mercado fechou o sétimo mês com 14,650 milhões de assinaturas 4G. Isso significa que de dezembro a julho, a base LTE brasileira mais do que dobrou (116,56%).

Quem mais cresceu pelo segundo mês consecutivo foi a Vivo. Em junho, ela havia aumentando em 802,5 mil acessos e adicionou mais 508,5 mil em julho, mantendo assim a base de 5,703 milhões e a liderança com folga, com 1,6 milhão de acessos a mais que a TIM, que tem 4,084 milhões. Proporcionalmente, cresceram mais a Nextel (21,41%, ou 77,6 mil adições líquidas e uma base de 440,2 mil acessos) e a Oi (19,92%, ou 281,6 mil adições e base de 1,695 milhão).

Banda larga móvel salva pelo 4G

Somando os acessos de handsets 3G e 4G com os de terminais de dados (tablets e modems, que somaram 6,203 milhões em julho, recuo de 0,52%), a banda larga móvel no País cresceu 0,87% em julho, ou 1,573 milhão de adições líquidas, fechando o mês em 182,818 milhões de acessos. Assim, esse total é de 64,96% do total da base móvel brasileira.

O 2G, por sua vez, manteve a tendência de queda: 2,632 milhões de desconexões entre junho e julho. A tecnologia agora é responsável por 31,52% do total da base de linhas móveis em serviço no País.

O M2M Especial – as conexões máquina-a-máquina sem intervenção humana e que são desoneradas pela Lei nº 12.715/2012 – aumentou sua base em 10,16% (217,4 mil adições líquidas), enquanto o M2M Padrão – conexões do tipo máquina POS e outros – caiu 160,3 mil (2,08%) em julho.