Em meados de 2010, quando ainda cursava o mestrado, alguns colegas começaram a trazer para a sala de aula um dispositivo eletrônico do tamanho de uma revista. Eu ainda estava entusiasmado com os aplicativos dos smartphones e investigava o potencial educacional dessa tecnologia. Meu celular Android era usado para gravar o áudio das aulas e também para ler alguns e-books no itinerário casa-trabalho-universidade.
Há três anos, os tablets ainda eram uma novidade, mas eu teimava em encará-los como um recurso de entretenimento (afinal, os pássaros do Angry Birds ficaram maiores na tela de dez polegadas). Entretanto, notei que algumas universidades brasileiras começavam a oferecer aos seus alunos tablets como material didático. Mas como eu ainda não tinha um desses dispositivos para comprovar empiricamente o poder dessa tecnologia, fiquei apenas nas suposições.
Não demorou muito e comecei a ler artigos que apontavam os tablets como uma das tecnologias mais promissoras para a educação nos próximos cinco anos. Reportagens o apresentavam como uma ferramenta para criação e publicação de conteúdo hipermídia, destacando que diversos aplicativos poderiam servir como apoiadores da aprendizagem dos alunos. Estava na hora de comprar o meu.
Em certa ocasião, sugeri a um cliente que ministrava aulas presenciais a substituição do material impresso pelo tablet, pois os gastos que ele tinha para atualizar o seu conteúdo altamente perecível a cada semestre poderia ser revertido na compra dos dispositivos. Além disso, ele garantiria maior acessibilidade às pessoas com algum grau de deficiência visual, já que no tablet seria possível utilizar o recurso de zoom para o aluno aumentar a fonte ao tamanho desejado.
Descobri outra utilização interessante para a modalidade presencial: o aplicativo Doceri permitia ao professor controlar remotamente o Power Point do notebook e destacar em tempo real trechos do conteúdo apresentado, além de gravar e disponibilizar um vídeo com áudio da sua apresentação.
E o que dizer ainda dos conteúdos educacionais para e-learning? A SOU Educação Corporativa, empresa de serviços voltada ao desenvolvimento de pessoas, tem apresentado exemplos de cursos altamente interativos usando a linguagem HTML 5. A empresa desenvolveu cursos online sobre medicamentos para representantes de indústrias farmacêuticas, que necessitam estar constantemente atualizados para argumentar com os médicos sobre as características dos medicamentos. Uma das vantagens dessa tecnologia móvel é que os usuários podem se atualizar minutos antes de entrar no consultório médico.
Desenvolver conteúdos educacionais e-learning para os tablets, sobretudo nos iPads, requer cuidados especiais. Instruções como "clique aqui" devem ser evitadas, lembrando que as interações nestes dispositivos são por meio do toque. A utilização de animações, vídeos e áudios devem ser cuidadosamente planejadas, bem como o tamanho dos botões e das zonas interativas. Para garantir a eficácia do conteúdo neste dispositivo, o planejamento educacional deve reconhecer as suas possibilidades e limitações a fim de mitigar o risco de problemas no acesso.
A sua instituição ainda tem dúvidas se deve ou não contemplar os tablets na sua estratégia de educação corporativa? Saiba que inúmeros estudos apontam que essa será a tecnologia educacional mais utilizada nos próximos anos. E depois de você refletir, gostaria muito de saber: qual a melhor aplicação educacional dos tablets para o seu negócio?