Em pleno cenário de crise macroeconômica no Brasil, o lucro líquido da Telefônica cresceu 9,6% no terceiro trimestre e totalizou 952,7 milhões, de acordo com balanço financeiro da companhia divulgado nesta terça-feira, 25. No acumulado de janeiro a setembro, o avanço foi de 29,5%, total de R$ 2,870 bilhões. O balanço da operadora considera o cenário pro forma com a fusão da GVT para os nove meses de 2015.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBTIDA) da companhia avançou 8,8% e totalizou R$ 3,410 bilhões. Somando os três primeiros trimestres, foi de 10,399 bilhões, aumento de 12%. A margem EBITDA cresceu 2,3 pontos percentuais (p.p.) e 3,3 p.p., ficando em 31,9% e 32,9%.
A receita operacional líquida cresceu 1,1%, total de R$ 10,693 bilhões no trimestre. No acumulado dos nove meses, o avanço foi de 0,8%, total de R$ 31,634 bilhões. A receita operacional de serviços foi quase a totalidade: R$ 10,386 bilhões e R$ 30,716 bilhões, avanço de 2,2% e 1,6% no trimestre e no acumulado, respectivamente.
A companhia obteve crescimento de 4,9% e 2,6% na receita do negócio móvel, que totalizou R$ 6,131 bilhões e R$ 18,026 bilhões nos três meses e nos três trimestres somados, respectivamente. A receita de dados e serviços digitais foi a maior fatia: R$ 3,612 bilhões, aumento de 23,3%, sendo R$ 2,671 bilhões apenas com Internet móvel (avanço de 36,4%). Nos nove meses, os serviços de dados foram R$ 10,120 bilhões (crescimento de 23,1%) e R$ 7,289 bilhões (aumento de 36,7%) em Internet. Já as receitas de voz sainte e de interconexão caíram 9,5% e 31%, respectivamente, totalizando R$ 2,245 bilhões e R$ 271,8 milhões no trimestre. A receita com aparelhos caiu 27,2% e 19,7%, totalizando R$ 307,3 milhões e R$ 918,7 milhões respectivamente.
Por outro lado, a receita de serviços fixos caiu 1,4% no trimestre, totalizando R$ 4,254 bilhões. Nos nove meses, ficou quase estável (aumento de 0,2%), total de R$ 12,689 bilhões. A queda foi motivada pela voz, que caiu 7,9% no trimestre (R$ 1,860 bilhão). Apesar de ter avançado 10%, a receita da banda larga fixa não compensou a queda da voz, totalizando R$ 978,4 milhões. A TV por assinatura avançou 9,3% e fechou setembro em R$ 489,1 milhões.
A empresa apresentou variação de 0,2% nos investimentos em relação ao mesmo trimestre do ano passado: R$ 2,126 bilhões. A maior parte (R$ 1,684 bilhão) foi de investimento em redes. Nos nove meses, contudo, a empresa reduziu 9,4% os investimentos, totalizando R$ 5,389 bilhões (dos quais R$ 4,503 bilhões foram em redes).
A dívida líquida da Telefônica em 30 de setembro era de R$ 2,996 bilhões, com relação de dívida líquida/EBTIDA em 0,22. A queda da dívida em relação ao mesmo período de 2015 foi de 18,1%, que a empresa explica ter sido pela venda de torres e maior geração de caixa operacional.
Operacional móvel
A Telefônica encerrou setembro com 97,202 milhões de acessos, uma redução de 6,2% em relação ao mesmo período de 2015. Houve queda na base móvel (7,5%), que totalizou 73,495 milhões de linhas. Do total móvel, 32,499 milhões são de acessos pós-pago, um aumento de 6,8%. A base pré-paga, a maior, foi a responsável pela queda, uma vez que ela própria foi reduzida em 16,3%, totalizando 40,996 milhões. Ainda assim, a companhia avançou no market share do pós-pago em 0,4 p.p., com 42,4% do mercado (com base em dados da Anatel de agosto).
A receita média por usuário (ARPU) ficou em R$ 27,8, aumento de 14,9%. O avanço de 35% no ARPU de dados (R$ 16,4) compensou a queda de 5,3% em voz (R$ 11,4). O ARPU do pós-pago, exceto de acessos máquina-a-máquina (M2M), foi de R$ 51,2 (aumento de 3%), enquanto do pré-pago foi de R$ 13,6 (crescimento de 14,4%). Os minutos de uso (MOU) aumentaram 18,4% e ficaram em 158,9, e o churn mensal caiu 1,3 p.p. e ficou em 3,4%.
Operacional fixo
Nos acessos fixos, a companhia reduziu a base (2,3%) e encerrou setembro com 23,707 milhões. Os acessos de voz caíram 4%, totalizaram 14,634 milhões. A banda larga fixa cresceu 1,8% e ficou em 7,311 milhões, sendo 4,117 milhões (aumento de 8,6%) em acessos com fibra (FTTx). A Telefônica afirma que desses, 719 mil são na tecnologia de fibra até a residência (FTTH), com crescimento de 33,6% em relação a 2015. Os outros acessos em cobre caíram 5,7% e ficaram em 3,194 milhões. A base da TV por assinatura caiu 3,7% e ficou em 1,762 milhão. A ARPU de voz caiu 4,3% (total de R$ 42,2 mensais), enquanto a da banda larga aumentou 7,8% (R$ 44,8) e da TV por assinatura avançou 12,4% (R$ 92,6).