O Google teria premiado executivos da empresa que foram acusados por funcionárias de conduta inapropriada no ambiente de trabalho. De acordo com provas internas, audiências públicas e mais de duas dúzias de testemunhas obtidas pelo NY Times, o criador do Android, Andy Rubin, estaria entre os acusados.  As acusações contra a Alphabet e o Google coincidem com outros casos recentes de ações inapropriadas de gestores de grandes companhias do Vale do Silício, como Tesla, Uber e Space X.

Mesmo tendo provas que Rubin teve um relacionamento extraconjugal com uma funcionária e forçou-a fazer sexo oral em um quarto de hotel, a companhia pagou US$ 90 milhões em dinheiro e mais US$ 150 milhões em ações em sua saída, em novembro de 2014.

Em outro caso, Amit Singhal, um ex vice-presidente da divisão de buscas do Google, recebeu milhões de dólares em sua saída. Mesmo com uma investigação comprovando que ele agarrou uma funcionária em um evento, a companhia não o demitiu, ele pediu demissão e recebeu o montante na saída. Meses depois assumiu o cargo de engenheiro-chefe na Uber.

Outro problema envolveu dois executivos que continuam na Alphabet. Um é o chefe da divisão legal da empresa David C. Drummond. Ele teve um caso extraconjugal com uma funcionária de seu departamento, Jennifer Blakely, a partir de 2004, quando ainda era chefe da divisão legal no Google. Em 2007, Blakely e Drummond tiveram um filho. Ele a largou em 2008, e os dois se engajaram em uma disputa legal pela custódia do filho. Como resultado, ela foi transferida para a divisão de vendas, ele foi promovido para o comando do departamento legal da Alphabet. Por sua vez, Richard DeVaul, diretor do Google X, disse que era polígamo e pediu para a engenheira de hardware Star Simpson, que participava de um processo de seleção, tirar a camisa para ganhar uma massagem nas costas. Algo que ela negou veementemente. Semanas depois, Simpson foi informada pela companhia que não passou no processo seletivo. A companhia não informou o motivo a ela. Simpson reportou o caso ao RH, que pediu para ela ficasse quieta sobre o ocorrido.

Uma das pessoas entrevistadas pelo NY Times disse que em casos como esses, funcionários de baixo escalão recebem pouco e são sumariamente demitidos, enquanto os altos executivos recebem grandes quantias para evitar atenção da mídia para o Google e para vítimas, causando perdas significantes para todos os lados.

O outro lado

Em nota enviada ao jornal, a vice-presidente de operações para pessoas do Google, Eileen Naughton, afirmou que a sua empresa “investiga e toma ações necessárias, inclusive demissões”. Mais tarde, uma carta do CEO da companhia Sundar Pichai para os funcionários foi publicada pelo Ars Technica. Nela, Pichai disse que sua empresa tem tomado “decisões duras” contra esse tipo de acusação, e, demitiu 48 funcionários por má conduta, inclusive 13 oficiais, sendo que nenhum deles recebeu bônus demissional.

 

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