Ainda em fase de recuperação, a Nokia registrou redução na receita, mas conseguiu diminuir o prejuízo no terceiro trimestre deste ano, segundo balanço financeiro divulgado nesta quarta-feira, 25. Com isso, a fornecedora também apresentou programa de reestruturação e redução de custos que prevê a economia de 700 milhões de euros por ano até 2020.
A Nokia registrou queda de 1% na receita líquida no trimestre, que totalizou 5,46 bilhões de euros. No acumulado dos três trimestres do ano, a redução foi maior, de 5%, com total de 15,60 bilhões de euros.
O prejuízo operacional diminuiu de 230 milhões de euros para 54 milhões de euros neste trimestre. Por outro lado, no período de janeiro a setembro deste ano, comparado a 2017, houve um aumento de 403 milhões de euros para 611 milhões de euros no prejuízo operacional. Com isso, a margem no trimestre caiu de 4,2% para 1%, e no acumulado, subiu de 2,4% para 3,9%.
Em comunicado, o presidente e CEO da Nokia, Rajeev Suri, afirmou que os resultados “validam” a previsão de que haveria melhora no segundo semestre de 2018. “Isso foi particularmente evidente em nosso excelente embalo nas encomendas, crescimento em todos os cinco grupos de negócios de redes, e melhoria na lucratividade comparada ao primeiro semestre”, declarou. O executivo diz que, apesar dos riscos relacionados a atrasos em projetos e entrega de produtos em curto prazo, a companhia segue no caminho de corresponder às metas estabelecidas para o ano. Suri diz também que está executando a estratégia com “bom progresso” na Nokia Software e na expansão para certos mercados verticais corporativos.
Economias
Em outro anúncio, a empresa anunciou as etapas para acelerar o progresso, focando no consumidor e na manutenção de custos. Na prática, a fornecedora espera economizar 700 milhões de euros por ano até o final de 2020. Até o final de 2018, contudo, a expectativa é de obter uma redução de 500 milhões de euros no Opex. Para obter essas economias, pretende investir em digitalização para mais automação e produtividade; simplificação de ferramentas; priorização em programas de pesquisa e desenvolvimento de longo prazo (enquanto reduz o P&D em produtos legados); melhorar a eficiência por meio de desenvolvimento de software; consolidação de atividades intercompanhia; e reduções em imóveis e outros custos.
O custo total da implantação dessas mudanças deverá ser de 900 milhões de euros, com impacto no fluxo de caixa de mesmo valor. Suri afirma que se trata do “passo lógico tomado com a aproximação da finalização do programa de redução de custos relacionado à Alcatel-Lucent”. Diz ainda que sabe o peso do impacto nos funcionários, embora o comunicado não cite redução do quadro de profissionais. “Vamos nos esforçar para fazer o certo para as pessoas afetadas pelas mudanças planejadas, agindo de forma transparente e proporcionando transição e apoio para aqueles que precisarão”, declara.
Reestruturação
Haverá também uma reestruturação organizacional. Para aproveitar a onda da 5G, a Nokia focará em produtos de radiofrequência para redes móveis na divisão Mobile Networks. Suri diz que o progresso atual na tecnologia tem sido “extremamente forte”, ressaltando que tem conseguido vencer contratos novos relacionados à quinta geração.
Será criada o Enterprise Business Group, que consolida atividades corporativas em uma organização, reportando diretamente a Rajeev Suri. A empresa nomeou Kathrin Buvac (atualmente CSO da empresa) como presidente dessa divisão. Ela assume o posto a partir de 1 de janeiro, e permanece no time de liderança do grupo. Esse grupo também ficará responsável pelas soluções de cloud da fornecedora finlandesa.