A transição energética para fontes renováveis, em um modelo focado na sustentabilidade, impõe um crescente investimento em pesquisa e desenvolvimento para as empresas do setor de óleo e gás. Por força regulatória, pelo menos 1% da receita bruta de cada campo de petróleo explorado no Brasil precisa ser destinado a P&D, mas a tendência é de que a demanda por inovação cresça nos próximos anos, para melhorar a eficiência e a competitividade das companhias desse setor.
“O setor de óleo e gás é visto como tradicional, mas temos um ambiente que favorece para que esses investimentos em inovação aconteçam”, avalia a gerente de inovação e tecnologia do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), Melissa Fernandez, em conversa com Mobile Time.
A executiva destaca digital twins, redes privativas móveis, aplicações de IoT e inteligência artificial como algumas das tecnologias mais em voga no momento dentro do setor de óleo e gás.
“Digital twins está bombando. Todo mundo está tentando extrair valor dessa tecnologia. Com inteligência artificial se consegue prever que uma turbina pode falhar dentro de poucos dias por falta de óleo ou desgaste de uma peça, por exemplo”, comenta Fernandez.
A sensorização de equipamentos em toda a cadeia de extração e distribuição de óleo e gás também é uma tendência, com transmissão de dados através de redes sem fio. Isso permite monitorar como equipamentos estão funcionando e operá-los remotamente. “Consigo ligar ou desligar um reator, abrir ou fechar uma válvula etc”, exemplifica.
“Com tudo sensorizado e operando remotamente, aí vem a inteligência artificial e o machine learning para tratar os dados coletados. E, com isso, ganha mais importância a segurança cibernética”, lista Fernandez.
Por fim, a gerente do IBP reforça a importância de se construírem redes privativas por companhias do setor de óleo e gás, porque minimizam o risco de interferência. “Muitas empresas estão discutindo e fazendo testes com redes privativas”, afirma.