Desde julho de 2023, os funcionários da área de segurança do Shopping Iguatemi Bosque Fortaleza usam câmeras corporais. Ao todo são cinco dispositivos. A ideia é dissuadir furtos e roubos no local, mas também preservar esses funcionários durante abordagens com o público. A iniciativa faz parte de um projeto piloto que deve expandir para mais 40 unidades de body cams ao longo de 2024 para fazer a cobertura dos principais pontos do estabelecimento. De acordo com Thiago Artacho, CEO da Green Retail, responsável pelo fornecimento dos equipamentos, a marca Iguatemi também deverá levar a solução para outros shoppings – a princípio os primeiros são de Belém e Mato Grosso do Sul.
A Green Retail é uma empresa que fornece soluções de segurança e gerenciamento para exposição de produtos no varejo. São suportes e cadeados para smartphones, laptops, entre outros produtos de alto valor, além de câmeras, gravadores e antenas antifurto.
O descarregamento das imagens das câmeras pode acontecer por meio de cartões SD ou Wi-Fi. De todo modo, o funcionário transfere o material armazenado quando chega em uma das bases guardadas em um local seguro. E a dockstation só abre com reconhecimento facial. Neste caso, o funcionário se identifica e o equipamento – já pronto para uso – é liberado.
“A câmera corporal também tem função 5G, mas por ser um ambiente controlado, o cliente optou pela solução com cartão, com capacidade para armazenar 24 ou 36 horas de gravação”, explica Thiago Artacho, CEO da Green Retail. Por conta de questões como a privacidade dos dados, os funcionários só acionam as câmeras corporais no momento da abordagem, mas ela poderia ficar ligada o tempo todo. Com os equipamentos em uso, Artacho comenta que o shopping detectou uma melhora na conduta dos funcionários.
“A partir do momento em que a pessoa está com a câmera, independentemente de ela estar ligada, a conduta é outra. Eles apresentam um comportamento mais ético, mais adequado. E o cliente também tem uma abordagem diferente. Fica até mais educado”, conta o executivo.
Artacho explica que a principal questão do Shopping é a conduta de funcionários ao abordarem pessoas que entram no estabelecimento para pedir dinheiro. Com as câmeras corporais, houve diminuição de ocorrências e uma mudança no tipo de abordagem. “Muitos são menores de idade. A partir do momento em que os funcionários passaram a usar as body cams, ocorreram alguns casos que eles conseguiram mostrar que fizeram uma abordagem correta”, afirma o executivo.
Modelo de negócios
A Green Retail oferece dois modelos de negócios: a compra do equipamento com assistência remota e em alguns momentos presencial – como na entrega das câmeras e das estações para explicações básicas; e o segundo é o sistema de locação, que pode ser de 12 ou 24 meses. Neste caso, a empresa garante ajuste nos equipamentos e substituições sem custos extras.
A Green Retail também está testando as câmeras corporais com outros varejistas, como supermercados, em especial no momento do recebimento de mercadorias. “O funcionário é monitorado com a body cam e recebe a nota fiscal das mercadorias que chegam, o produto entra na loja e tudo é documentado. Os resultados são bastante positivos e garante um índice menor de perdas por desvio ou problema operacional”, conta.