A indústria de conteúdo móvel parece ter mesmo alcançado a maturidade. Seu "ecossistema", como é chamado o conjunto de empresas em torno desse negócio, se expandiu. Agora, o desenvolvedor é visto como um freguês, não apenas um vendedor. Isso fica claro ao se caminhar pelo pavilhão dedicado a apps no Mobile World Congress (MWC), em Barcelona, este ano: há dezenas de empresas oferecendo serviços para os desenvolvedores de apps móveis. São adnetworks, novas app stores, ferramentas de divulgação, de teste e de análise de tráfego, todas focadas na numerosa população de desenvolvedores, ávida em aprimorar seus produtos e torná-los mais competitivos na selva que é o mercado móvel.

Os exemplos são inúmeros. A holandesa CM, que originalmente trabalha como gateway internacional de SMS, lançou na feira o App Dominal, um conjunto de ferramentas para desenvolvedores de apps móveis que inclui verificação de identidade dos usuários, hospedagem, monitoramento dos apps a cada cinco minutos, notificação para usuários e ferramenta de cobrança, tudo acompanhado de relatórios semanais.

Quem quiser promover o seu app pode adotar o serviço da AppGrátis, disponível em diversos países, inclusive o Brasil, em que um aplicativo é recomendado a cada dia para uma base gigantesca de usuários. Há também uma série de adnetworks móveis presentes na feira, como InMobi, Millennial Media, dentre outras. Embora ofereçam serviços para marcas em geral, boa parte do seu inventário acaba sendo usado pelos próprios desenvolvedores de apps.

Aqueles que estiverem interessados em desenvolver para HTML5 ganharam uma nova opção de distribuição de seus títulos: a AppsFuel, loja de apps focada em HTML5 e que promete cobrança direta na conta telefônica de operadoras ao redor do mundo. Rodando em versão beta, a AppsFuel oferece 70% da receita para os desenvolvedores, enquanto os 30% restantes são divididos entre a loja e as teles parceiras. O projeto foi criado pela Buongiorno, antigo player do mercado de conteúdo móvel, presente desde os tempos de ringtones monofônicos, e que foi recentemente comprada pela operadora japonesa NTT DoCoMo por US$ 300 milhões, em mais uma demonstração das grandes expectativas em torno desse mercado.

Desenvolvedores amadores ou sem conhecimento de sistemas nativos também compõem um mercado em potencial. Há várias ofertas de ferramentas para criação de apps. Um dos lançamentos ocorridos em Barcelona foi o da holandesa AppMachine, que vende uma solução web para o desenvolvimento de apps nativos em iOS e Android. O usuário paga uma única taxa e a AppMachine se encarrega de publicar o aplicativo na App Store e na Google Play. São oferecidos três níveis de ferramentas, com preços diferentes: o primeiro permite apenas o uso de templates, por 399 euros; outro permite que o desenvolvedor inclua seu próprio design, por 699 euros; e, por fim, o nível mais complexo, em que o desenvolvedor pode acrescentar seus próprios blocos de programação, por 1.499 euros. Algumas funcionalidades extras, como a possibilidade de incluir no aoo mensagens de notificação, são cobradas à parte. A AppMachine está funcionando em versão beta no endereço www.appmachine.com.

Se cinco anos atrás o setor de conteúdo móvel era representado por poucos stands no MWC, agora ele ganhou um ecossistema inteiro para chamar de seu.

 

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