Apesar da cautela de alguns operadores em relação à adoção da tecnologia 5G na América Latina (incluindo Brasil), a GSMA, que representa a indústria, é enfática ao afirmar a importância da nova geração para garantir que a demanda por banda larga seja atendida nos próximos anos, mas o valor a ser cobrado pelo espectro pode ser um problema. Em conferência a jornalistas durante o MWC19, que acontece esta semana em Barcelona, a  GSMA trouxe estudos que apontam para um benefício agregado de US$ 20,8 bilhões até 2024 com a utilização de frequências milimétricas (acima de 6 GHz) na América Latina, que sustentam boa parte das aplicações de 5G. Uma fatia considerável deste benefício seria gerado nos setores de indústria (34%), seguido pelos financeiros e profissionais (28%), governos, segurança, educação e saúde (19%), TICs e serviços (14%) e mineração e agricultura (5%). O Brasil deve ter 47% desses benefícios, diz o estudo da GSMA.

No entanto, a oferta de espectro é essencial, diz a associação, e por isso a Conferência Internacional e Radiocomunicação da UIT, a ser realizada em julho no Egito, é considerada vital, especialmente porque serão definidas as faixas futuramente destinadas à rede 5G. No foco da GSMA estão as faixas de 24, 26, 40, 45,5 a 52,6 GHz, 66 a 71 GHz e 86 GHz além de estudos sobre outras faixas possíveis.

Preço e inibidores

Além da oferta de espectro, a GSMA também aponta a necessidade de preços razoáveis pelas frequências. Segundo estudo da associação, a América Latina tem preços de espectro por MHz em média três vezes maiores do que os países desenvolvidos, se dividido o custo por MHz pelo PIB per capta.

Mas existem outros inibidores ao mercado latinoamericano, como a limitação de renda e as limitações de expansão da infraestrutura urbana, além da menor economia de escala pelo tamanho do mercado, a falta de estrutura de fibra para backhaul e a quantidade de usuários em redes legadas 2G e 3G.

 

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