As operadoras móveis têm potencial para se transformarem em bancos digitais e conquistarem espaço em serviços financeiros. É o que propõe a Sikur em parceria com o LogBank ao criarem em conjunto uma solução batizada como SikurBank. Trata-se de uma plataforma white label de banco digital que está sendo oferecida para as teles. A solução está sendo apresentada pela empresa no MWC19, nesta semana, em Barcelona.
A Sikur é conhecida pela sua atuação em comunicação segura, tendo desenvolvido uma plataforma para comunicação criptografada e um smartphne seguro, com OS próprio, o Sikur OS. O LogBank, por sua vez, é uma instituição de pagamento integrada à CIP (Câmara Interbancária de Pagamentos) e que atende a todos os requisitos regulatórios do Banco Central. O LogBank atua em um modelo B2B2C, tendo desenvolvido uma plataforma de banco digital white label que já é utilizada por 25 empresas e que soma 15 mil contas digitais ativas. O SikurBank agrega uma camada de segurança à plataforma de banco digital do LogBank, com transmissão de dados via VPN com o servidor da Sikur.
A proposta é entregar uma solução white label de banco digital fim a fim. Isso inclui o portal de gerenciamento do arranjo de pagamentos, o portal para o consumidor final gerenciar sua conta, aplicativos em Android e iOS, máquinas POS, cartões pré-pagos na modalidade crédito nas bandeiras Mastercard ou Good Card, e treinamento comercial e técnico. Tudo com a marca da operadora e sem necessidade de Capex por parte dela.
Com o SikurBank, as teles podem entregar para seus assinantes um serviço de banco digital similar àquele prestado por diversas fintechs, com abertura gratuita de contas de pagamento. O cash-in pode ser feito de várias formas, inclusive pelos canais de recarga da operadora, por exemplo. No app do banco digital, o usuário pode realizar pagamentos, transferências, TEDs, DOCs, gerar boletos e diversos outros serviços. E o telefone pode até mesmo fazer as vezes de máquina de POS, no caso de estabelecimentos comerciais.
A monetização vem através da cobrança de transações. E o modelo de negócios é flexível: pode ser divisão de lucros ou venda de licença.
“Todos os grandes grupos vão instituir arranjos de pagamento próprios, abrindo contas para fornecedores e clientes recorrentes. É a desintermediação do sistema financeiro dentro da lei”, explica Luiz Gustavo Dutra, presidente do LogBank.
Há conversas em andamento com três operadoras. E a Sikur enxerga potencial também entre varejistas e governos, diz Fábio Fischer, vice-presidente executivo da companhia.