O avanço do novo coronavírus está causando estragos nas bolsas de valores ao redor do mundo. Muito se fala nas desvalorizações dos papéis de empresas aéreas, por conta da queda em viagens internacionais, mas as companhias de transporte individual por aplicativo também figuram entre as maiores quedas. Em apenas sete dias, entre quarta-feira da semana passada e esta quarta-feira, 26, as cotações da Uber e da Lyft na Bolsa de Nova Iorque diminuíram 16,6% e 14,6%, respectivamente. Para efeito de comparação, no mesmo período, o índice Dow Jones, que serve de parâmetro para a bolsa norte-americana, caiu 8,1%. A explicação para a derrubada de Uber e Lyft pode estar na expectativa de que, com a chegada da epidemia, haverá menos deslocamentos de pessoas dentro das cidades, reduzindo a demanda por esses serviços.
Por sua vez, fabricantes de celulares e seus componentes seguem perdendo valor de mercado nas bolsas em razão das paralisações nas fábricas chinesas e a consequente crise de abastecimento. As ações da Quacomm tiveram desvalorização de 12,8% em uma semana e as da Apple, 9,6%, ambas as quedas também maiores que o Dow Jones. Na bolsa de Seul, em uma semana, os papéis da LG caíram 8% e os da Samsung, 6,1%. Na bolsa de Hong Kong as ações da Lenovo, fabricante da Motorola, caíram 5,9% no mesmo intervalo. A Huawei, segunda maior fabricante de smartphones do mundo, não é listada em bolsa.
As gigantes de tecnologia Facebook (-9,7%), Google/Alphabet (-9,6%) e Twitter (-10,9%) também tiveram perdas maiores que o Dow Jones em uma semana.
Operadoras
Por outro lado, as operadoras, pelo menos as norte-americanas, estão sofrendo menos com o novo coronavírus que o resto do setor de telecom. Em uma semana, os papéis da Sprint ficaram praticamente estáveis, com valorização de 0,1%, enquanto aqueles da AT&T (-3,5%), da Verizon (-1,9%) e da T-Mobile (-7,1%) caíram menos que o Dow Jones.
No Brasil, a Bovespa teve queda de 7% nesta quarta-feira, 26, em sua reabertura após o Carnaval. A ação ordinária da TIM (TIMP3) foi a segunda com menor queda no dia, com desvalorização de apenas 2,46% – neste caso as comparações são com o pregão anterior, da última sexta-feira, 21. As maiores perdas do dia ficaram com empresas aéreas, de turismo e de commodities, nomeadamente Gol, Azul, Gerdau, CVC e CSN, nesta ordem.