Depois da estação Campo Belo, a linha 5 – Lilás terá o 5G na estação de metrô Brooklin. Em conversa recente com Mobile Time, Antonio Maya, CTO da IHS na América Latina, confirmou com exclusividade o cronograma da implementação da rede celular nas estações subterrâneas, que deve durar até 18 meses.
De acordo com o executivo da empresa que é responsável pela implementação da rede, a estação Brooklin da linha 5 – Lilás está com a infraestrutura pronta. Na sequência será a estação Borba Gato e demais estações que levam o usuário para o lado mais extremo da zona sul da capital paulista.
“O nosso cronograma (inicial) vai primeiro para a parte Sul: Alto da Boa Vista, Adolfo Pinheiro e Largo Treze (próximas do Campo Belo, Brooklin e Borba Gato – reta das avenidas Santo Amaro/João Dias). Depois vamos para o outro lado: Eucaliptos, Moema, AACD-Servidor, Hospital São Paulo, Santa Cruz e termina na Chácara Klabin”, afirmou.
A primeira estação com a rede de quinta geração foi Campo Belo no final de 2024. O executivo afirmou que essa estação foi escolhida como a primeira por estar no meio do caminho das 12 estações subterrâneas da linha, o que colabora para a construção da rede.
Segundo Maya, a estrutura da rede foi montada para durar vários anos e suportar um público de 1 milhão de pessoas por dia, embora a Linha 5 – Lilás tem atualmente 500 mil passageiros diários.
Estrutura da IHS
A estrutura da rede nas estações foi baseada no sistema de distribuição de antenas ativas (DAS) com equipamentos da Comba e capacidade de funcionar em frequências como 2,3 GHz e 3,8 GHz. A partir de um hub principal na estação Campo Belo que receberá os equipamentos das operadoras (os mesmos dispositivos que são usados nas torres). E em cada estação haverá uma unidade remota de rádio, ou seja, um transmissor da ERB da operadora.
“Em cada estação, nós temos um subsistema que reflete um setor da operadora. É ali que a IHS combina o sinal de todas as operadoras e todas as tecnologias para inserir no sistema de antenas. Portanto, a mesma antena vai sair tecnologia 4G, 5G e todas as operadoras vão ser combinadas nesta antena”, detalhou o diretor.
O executivo reforçou que além das estações subterrâneas, a conectividade 5G será levada aos túneis para o usuário não perder o acesso. Mas, diferentemente das estações, o trabalho nos túneis é dobrado, uma vez que são dois túneis com extensão de 12 km cada, um total de 24 km.
Nas estações a antena será entrada e saída múltipla (MIMO) 4×4 e nos túneis será MIMO 2×2 para ter mais qualidade na entrega do sinal de rede. Um ponto importante que é importante levar em consideração para o prazo ser até de 18 meses é que a instalação das redes só pode ser em momentos que as estações e túneis passam por manutenção, geralmente, uma janela de quatro horas nas madrugadas.
Acordo e expansão
Embora apenas a Vivo tenha firmado acordo com a IHS, o hub está preparado para receber todas as operadoras nacionais, inclusive com a possibilidade de ter uma quarta operadora nacional. De acordo Maya, uma segunda companhia está em tratativas finais para entrar no projeto.
O acordo entre IHS e Via Mobilidade dura até 2035 e tem como objetivo levar a conectividade para o usuário final. Além disso, o sistema está preparado para oferecer network slicing e, se necessário, entregar uma rede celular privativa para a Via Mobilidade ou algum parceiro da concessionária que necessite de uma conectividade dedicada.
Ainda vale dizer, a linha 5 – Lilás é administrada pela Via Mobilidade e possui outras cinco estações terrestres: Capão Redondo; Campo Limpo; Vila das Belezas; Giovanni Gronchi; Santo Amaro.
Para essas estações, Maya relatou que há “projetos específicos” de adensamento que estão sendo preparados junto com as operadoras a partir da necessidade delas com algumas informações de rede: “Nós fazemos uso de ferramentas de cloud sourcing que informa como está a qualidade de rede de cada operação de cada operadora nas estações”, explica.
Os projetos em estações terrestres podem incluir uma small cell das operadoras na entrada e sistema DAS para dar vazão à quantidade de usuários nas saídas e plataformas, em especial nos horários de pico.
IHS no FOI
Antonio Maya é um dos participantes do painel ‘Superando os desafios da conectividade indoor’, que acontece no dia 19 de março, no Fórum de Operadoras Inovadoras, evento realizado por Mobile Time e Teletime. O executivo terá a companhia de Jonas Trunk, CEO da Linktel; Gustavo Kretschmer, vice-presidente de vendas na América Latina da Sunwave; Lucas Aliberti, Deputy CCO da V.tal; Marco Szili, sócio-fundador da Telesys.
Além do painel de conectividade, o FOI terá uma série de debates sobre temas como as oportunidades para o mercado de data centers, os novos players do mercado de MVNOs e o uso da inteligência artificial em telecomunicações: do hype ao resultado.
Em sua oitava edição, o evento acontecerá nos dias 18 e 19 de março, no WTC, em São Paulo.
A agenda atualizada está disponível em www.operadorasinovadoras.com.br .
Imagem principal: Estação Giovanni Gronchi da Linha 5-Lilás (divulgação)