Uma das maiores críticas dos desenvolvedores móveis sobre a Google Play, loja de apps do Android, é o seu sistema de cobrança. Uma empresa especializada em monetização de apps chamada Flexion Mobile decidiu fazer uma pesquisa sobre o assunto e chegou à conclusão que a receita com cobrança através do billing de operadoras móveis é em média dez vezes maior que com a plataforma de cobrança da Google Play.

Para chegar a essa conclusão, a Flexion fez um teste com 12 games para Android criados por desenvolvedores diferentes e que geram entre 100 e 1 mil downloads por dia, todos adotando o modelo freemium, em que é oferecido um período gratuito de teste antes da compra efetiva. Em uma primeira fase, após o período de gratuidade, uma janela era aberta na tela do jogo propondo a aquisição tendo como única opção de pagamento o billing da Google Play. Em uma segunda fase, foi adicionada aos mesmos jogos uma segunda opção de pagamento: a conta telefônica. O resultado: a conversão através da conta telefônica foi dez vezes maior que com a plataforma de billing da Google Play. O teste foi feito em âmbito mundial.

No contrato com desenvolvedores, a Google exige que sua plataforma de billing seja o único caminho para se cobrar por downloads ou por vendas in-app. Para o usuário final, a opção é o pagamento com cartão de crédito. Os resultados em vendas estão muito abaixo do verificado em outras lojas, como a App Store, levando desenvolvedores de peso a optarem por disponibilizar na Google Play versões gratuitas de seus apps, rentabilizando-os através de publicidade. Enquanto isso, lojas alternativas para Android e de outros sistemas operacionais, como S40, Windows Phone e Blackberry, vêm firmando parcerias de billing com operadoras móveis.

"A postura do Google e a perda de receita potencial para desenvolvedores gera uma oportunidade para outros ecossistemas, como Windows Phone, florescerem. Aliás, parece que a Microsoft está mirando justamente nesse ponto fraco do Android ao permitir que os desenvolvedores de Windows Phone adotem suas próprias ferramentas de monetização", escreve o CEO da Flexion Mobile, Jens Lauritzson, em comunicado enviado à imprensa internacional.