Uma aposta das operadoras é o foco na conectividade Wi-Fi, seja em sua gestão doméstica ou na oportunidade de monetização com a oferta em hotposts. Porém, o uso da conectividade em frequência não licenciada traz uma série de desafios, como a gestão da própria qualidade do serviço, o handoff entre pontos de acesso e o backhaul, conforme explicaram representantes desse mercado em debate no Fórum de Operadoras Alternativas nesta segunda-feira, 26, em São Paulo.

A Oi aposta no Wi-Fi. Ela conta com 2 milhões de hotposts no Brasil, incluindo os acessos com redes públicas através de roteadores domésticos, e contabiliza uma base de 20 milhões de hotspots em 20 países por meio de parcerias. Além disso, tem 10 milhões de downloads e 1,7 milhão de usuários ativos mensais do aplicativo Oi WiFi ativos. O app e o portal, juntos, contabilizam 41 milhões de acessos mensais.

A empresa pretende monetizar essa infraestrutura por meio de acordos para otimizar retorno em publicidade no acesso, ou por meio de análise de big data com dados anônimos e em clusters para dar “insights” para estabelecimentos no varejo. “Conseguimos informar as pessoas; dá para ver o meio de transporte usado, e tomar a decisão se vale a pena abrir a loja no ponto A ou B”, explica o gerente de inovação e novos negócios da operadora, Alexandre de Castro. “Estamos começando agora a atuar, ainda é algo novo, mas já tem gerado oportunidades interessantes.”

O representante da Oi garante que não há violação de privacidade com a prática, uma vez que os dados permanecem separados. “Não misturamos os dados coletados na rede Wi-Fi com os da rede da operadora, existe um ‘chinese wall’, até por necessidade regulatória”, disse. “Nada é feito individualmente, não preciso fazer a ida e a vinda da anonimização”, declara.

Castro explica também que há o desafio de melhorar a gestão da rede Wi-Fi residencial, o que traz impacto direto na experiência de banda larga do usuário. Assim como outras operadoras, a Oi conta com aplicativo de autoatendimento para realizar o “troubleshoot na rede”, fazendo uma leitura de qualidade e permitindo um passo-a-passo semelhante ao que o usuário faria com um atendente real. “O próximo desafio é como conseguir entregar qualidade de rede (Wi-Fi) para a casa do cliente”, declara, citando a gestão fina do sinal para otimizar o acesso em diferentes cômodos nas residências. “Estamos voltando a um novo ciclo de experiência.”

Oportunidades e desafios

A estratégia da Linktel é diferente, uma vez que só trabalha com pontos de acesso públicos, em locais como aeroportos, estádios e estabelecimentos comerciais. A empresa tem 9 mil hotspots no País, com previsão de 10 mil até o final de 2019. O presidente da companhia, Jonas Trunk, conta mais de 80 shoppings, 120 hotéis, 337 lanchonetes da rede McDonalds e 105 cafés Starbucks. Entre os projetos de destaque estão os de extensão de conectividade, como nos 13 km da ponte Rio-Niterói e nos 23 km de cobertura em rodovia na Baixada Fluminense. “Finalmente vamos entregar a obra nesta semana, foi um parto. Conseguimos fazer handoff do Wi-Fi com a Cisco, simulando uma rede móvel”, explica.

Trunk declara que não considera uma barreira o custo para instalação de equipamentos em locais públicos de grande densidade como aeroportos, por exemplo. Porém, ressalta que há a necessidade de taxas, incluindo “10% de tudo que você fizer dentro do Wi-Fi na Infraero”, o que acaba encarecendo a operação. “Hoje eu entendo por que o cafezinho é tão caro lá.”

 

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