Inter Shop

Rodrigo Gouveia, CEO do Inter Shop

O banco Inter (AndroidiOS) estuda a internacionalização do seu negócio. De acordo com Rodrigo Gouveia, CEO do Inter Shop, a companhia está em um momento de analisar quais caminhos pode seguir para levar a marca para fora do País: “Existem estudos (para internacionalizar). Estados Unidos, Portugal, Espanha, Argentina e Colômbia estão no radar”, explicou o executivo.

Em conversa recente com Mobile Time, Gouveia explicou que a possibilidade de expansão ocorre pelo desenvolvimento do Inter como plataforma completa para o usuário, além das finanças. Em sua concepção, essa é a terceira geração tecnológica dos bancos, o consumer finance (3.0). Lembrando que a primeira foi a do Internet Banking (1.0) e a segunda, a das fintechs (2.0).

“É fazer consumo com alto valor agregado. Por exemplo, o cliente abriu a conta conosco para usufruir das ofertas do Inter Shop na Black Friday. Por outro lado, nas finanças, ele pode construir seu histórico de créditos aqui (Inter), pois o banco tem função para fazer isso”, afirmou o CEO.

Com oferta de banco, delivery, operadora e agora educação dentro de seu app, Gouveia foi questionado se a ideia do Inter é ser um superapp. O CEO do Inter Shop disse que não. Para ele, a ideia é colocar “as finanças em torno de qualquer compra”, inclusive produtos e serviços financeiros.

Serviços

Na estratégia recente do Inter Shop, o banco lançou um serviço de entrega em parceria com o Delivery Center. Inicialmente, o serviço começa apenas em Belo Horizonte, mas deve ser expandido em breve nas outras 24 cidades em que a empresa de logística atua. Traçando a entrada desse serviço há um ano no app, Gouveia explicou que um dos motivos para fechar a parceria com a logtech é a alta recorrência de seus clientes: em média, oito pedidos por mês.

“Dentro do nosso cronograma chegou a hora do delivery. É um projeto cuja integração começou há três meses. É um mercado com pouquíssimos players. Nosso objetivo não é ter um milhão de lojas. Nossa ideia é ser mais um agregador e levar uma experiência”, afirmou o CEO.

Além do delivery, a volta da operadora Intercel está no radar. Outra iniciativa de serviço é a introdução de cursos livres que chega ao aplicativo nesta sexta-feira, 26, em uma parceria com edtech Learncafe e mais de 3 mil opções de cursos.

“A nossa intenção inicial era priorizar serviços, mas o e-commerce teve um foco grande. Agora voltamos a estender para serviços. Uma compra de um bem durável não tem recorrência. Nos serviços temos visto recorrência em viagens (mesmo na pandemia), delivery. Vamos entrar na área de educação web e voltaremos com o Intercell na metade do ano”, disse.

Consumidores e expectativas

Outro tema debatido foi como manter o cliente ativo dentro do Inter. Gouveia revelou que a recorrência que existe vem de várias formas. Um exemplo são compras feitas pelos consumidores a partir do quinto dia do mês. Em outro braço do banco, investimentos, o executivo afirma que “às 10h15, os correntistas já compram ações”.

“O cliente Inter é muito engajado. Uma vez que você entende a proposta, você utiliza mais. A ideia é cada vez mais fazer um cross sell”, disse. “No final do dia, o cliente tem uma experiência única. Ele ainda acompanha esses benefícios com rewards e com cashback. Temos um ‘cashbackometro’, por exemplo”, completou.

O CEO do Inter Shop adiantou que a entrada dos novos serviços – em especial o delivery e combustíveis – ajudará o marketplace em seu crescimento acelerado: “Fechamos 2020 com 1,4 milhão de clientes no Inter Shop ante 9 milhões de clientes do Inter. Nossa penetração ainda é baixa, portanto, tem potencial de crescimento. Trazemos 30 mil clientes por dia”.

“Queremos triplicar nesse ano e saltar de um GMV de R$ 1,2 bilhão de 2020 para R$ 4 bilhões em 2021. Portanto, o delivery faz sentido pelo volume de transações, mesmo com o ticket médio baixo. Assim como é a oferta de combustível”, disse. “Com isso, a nossa estratégia é manter 1,4 milhão de clientes, trazer mais consumidores e crescer quartil a quartil em receita e GMV”, relatou o executivo.

Além do delivery, a estratégia de crescimento do Inter passa por crescer em anúncios no e-commerce e na oferta de antecipação de recebíveis para parceiros: “Isso tudo cria um modelo de monetização interessante”, completou.

Aquisições

Paralelamente, a companhia avalia aquisições. Com a logística como serviço (logistic as a service) como próxima iniciativa em que o Inter aposta, Gouveia disse que compras estão no radar da companhia.

“Sim. Existe essa possibilidade de investir em logística, mas não posso falar em nomes. E também em frentes menos esperadas. Nós temos uma área de M&A. Nem sempre é para aquisição de clientes, mas skills. Como a Granito”, disse. “Na adquirente, uma skill que vamos lançar é a opção para pagar com outro cartão de crédito. Isso abre de fato a possibilidade de nos tornarmos uma wallet”, completou.

 

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