O Ministério da Educação (MEC) e o Ministério das Comunicações (MCom) estão estudando a possibilidade de explorar o FWA com 5G como uma alternativa para levar Internet a escolas públicas do País. A novidade foi compartilhada nesta quarta-feira, 26, por Ana Úngari Dal Fabbro, coordenadora geral de tecnologia e inovação na educação básica do MEC, no evento Conectividade Significativa, promovido em Brasília.

O governo federal quer analisar o potencial, nas zonas de cobertura de 5G, do FWA de virar uma solução complementar – ou até substituta – da fibra óptica, que é considerada mais adequada para levar Internet a escolas, por meio de Wi-Fi. De 138 mil instituições de ensino básico públicas, 8,3 mil estão totalmente desconectadas, o que representa pouco mais de 6% do total. Mesmo nas escolas em que chega Internet, há hoje desafios relacionados à qualidade desse sinal, com baixa velocidade, e dificuldade em distribuir o sinal em diferentes pontos de acesso Wi-Fi.

“Estamos olhando também para essa nova tecnologia do 5G para ver em que medida o FWA consegue resolver o desafio de muitas escolas no Brasil, com uma estrutura às vezes imensa, com vários prédios. Sabemos que dentro da educação nem sempre os prédios são planejados para isso. Temos uma diversidade muito grande de estruturas, que muitas vezes geram um custo muito alto, uma dificuldade muito alta de fazermos essa distribuição de sinal dentro da escola para chegar em todas as salas de aula”, explicou.

Ainda há uma série de aspectos que precisam ser observados para uma possível implementação do FWA com 5G nas escolas, de acordo com Dal Fabbro. Um deles seria a limitação de dados, já que as operadoras vendem conexão à Internet no modelo de franquia. “Sabemos que dentro do cenário ideal de uma escola, com estudantes com acesso a equipamentos, tem um uso muito grande de dados, então estamos ainda estudando para ver em que medida isso de fato funciona”, disse.

Para a coordenadora do MEC, a discussão sobre o uso do 5G em escolas deve ser abordada sob duas perspectivas. Uma parte é a conectividade da escola, como o acesso à Internet dentro da sala de aula. A outra é a conectividade dos estudantes e professores fora do ambiente escolar – nesse caso, a conexão móvel pode ajudar na realização de atividades que complementam a jornada escolar.

“Nisso, o 5G tem um papel muito importante de conseguirmos ampliar as possibilidades de uso dos estudantes com dispositivos móveis, como tablets e celulares em casa. Temos a possibilidade de ampliação da jornada do estudante, para ele conseguir realizar novas atividades em casa – fazer aulas assíncronas, acessar todos os recursos educacionais digitais com uma qualidade de conectividade muito maior”, contou.

 

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