Robôs de conversação dotados de inteligência artificial são cada vez mais comuns. Há vários por aí, inclusive com capacidade de aprendizado próprio, o que lhes permite evoluir gradativamente em vocabulário e conhecimento. A IBM é uma das líderes mundiais nesse mercado, com a sua solução Watson. Mas não basta pensar. Os bots vão se tornar mais “sensoriais” também, aproveitando os recursos presentes em smartphones. Uma das tendências é embutir nos bots a capacidade de visão, usando a câmera do celular associada a softwares de reconhecimento de imagem, prevê Alexandre Dietrich, executivo responsável por Watson IA e dados na IBM no Brasil.
“A experiência com os bots é uma jornada, que vai evoluindo. O bot básico não é mais novidade para ninguém. É uma tendência os bots começarem a adotar reconhecimento de imagem”, diz Dietrich.
O executivo cita como exemplo o bot desenvolvido pela Volkswagen do Brasil para o aplicativo “Meu Volkswagen”, que inclui um manual cognitivo, criado com Watson. O motorista pode tirar dúvidas sobre o automóvel conversando com um assistente virtual. E isso pode ser feito com o auxílio de fotos. Se tiver dúvida sobre o que significa uma determinada luz acesa no painel, o usuário pode tirar uma foto com seu smartphone e mandar para o bot, que usará a solução de reconhecimento visual do Watson para identificar do que se trata e respondê-lo.
Outras tendências
Outra tendência prevista por Dietrich é que os bots se tornem capazes de entender como o usuário está se sentindo, através de ferramentas de análise de sentimentos, que procuram interpretar a forma como a pessoa escreve e associá-la a um sentimento, que pode ser positivo ou negativo. No caso do Watson, esse módulo se chama “tom analyzer”. Dependendo dessa interpretação, o bot pode conduzir a conversa de outra maneira, sendo mais objetivo e direto se notar que o cliente está com raiva, ou usar um tom informal e oferecer novos produtos e serviços se notar que a pessoa está feliz.
Dietrich também espera que os bots adotem o conceito de omnichannel. Ou seja, uma conversa iniciada em determinado canal poderá continuar em outro, tanto via texto quanto através de voz.
“Acredito que vários canais vão coexistir. Quando você estiver dentro de um carro não será bom ter um bot por mensagem, mas um assistente pessoal por voz. Mas, se estiver no metrô, melhor um agente virtual por mensagem. Em casa, se estiver cozinhando, melhor falar”, exemplifica.
Brasil
Dietrich entende que o Brasil está bem posicionado para acompanhar a evolução dos bots. Aliás, o próprio exemplo do manual cognitivo da Volkswagen foi desenvolvido para os mercados brasileiro e latino, em português e espanhol. “O nosso mercado está bem avançado. A adoção que Bradesco e Banco do Brasil estão fazendo do Watson está par e passo com os mercados mais maduros, como o norte-americano e o europeu. Os dois cases são referências globais. E o povo brasileiro tem facilidade (em adotar novas tecnologias): somos inovadores. Bancos, teles e varejistas estão bem posicionados para isso no País”, argumenta.
Super Bots Experience
Alexandre Dietrich fará uma palestra sobre a adoção de reconhecimento de imagens em bots durante o Super Bots Experience, seminário organizado por Mobile Time que acontecerá nos dias 8 e 9 de agosto, no WTC, em São Paulo. Também participarão do evento diretores de empresas como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco Original, Nubank, Vivo, Oi, Sky, Habib’s, Hotel Urbano, Getnet, Bluelab, Hi Platform, Smarkio, Take, Wavy, Zenvia, Atento, Liq, Nama, Outra Coisa, Totvs, Ubots, dentre outras. A agenda completa e mais informações sobre o evento estão disponíveis em www.botsexperience.com.br, ou pelo telefone/WhatsApp 11-3138-4619 ou pelo email [email protected].