Em época de uso de inteligência artificial e deepfakes nas fraudes, a garantia da identidade e autenticidade de um cliente em uma transação financeira são os principais desafios para os bancos. É o que pontua Gabriel Borges, associate partner e global CISO do BTG Pactual.

Durante o Febraban Tech 2024 nesta quarta-feira, 26, Borges afirmou que há uma crise de autenticidade ante as novas tecnologias. Mas acredita que os bancos estão na frente desta jornada (contra os fraudadores), pois avançaram com a transformação digital: “Fomos obrigados a implementar ‘N’ soluções para garantir a identidade do cliente, como a biometria”.

Explicou ainda que as instituições agora avançam para a biometria comportamental, uma solução que colabora e cria “uma visão em 360 graus da identidade do indivíduo”, algo que vê como “bala de prata” para entender o comportamento do cliente.

Para Adriano Volpini, diretor de segurança corporativo e prevenção a fraudes do Itaú, a identidade digital do cliente fala mais que o seu documento. Por isso os bancos estão tentando “validar, autenticar e identificar” as identidades de maneira silenciosa e sem pedir muitos dados e senhas, por exemplo.

“Esse investimento (em entender a identidade do cliente) tem sido crucial para manter a segurança e evitar golpes no sistema financeiro. As relações digitais produzem a identidade que permite a nós termos relação de segurança com os clientes”, completou o executivo do Itaú.

Copo vazio

Mesmo com o avanço na parte tecnológica dos bancos, Lincoln Ando, fundador e CEO da IDwall, afirmou que há um cenário tecnológico ruim do lado dos usuários que dificulta a validação da identidade dos clientes. Deu como exemplo os celulares antigos com qualidade da câmera ruim e sistemas operacionais defasados sem suporte do Google e da Apple: “Por isso é importante que empresas criem o próprio facematch (confirmação de identidade via biometria facial) para reduzir o falso/positivo mesmo quando a câmera é ruim”, relatou Ando.