O volume de transações móveis (financeiros e não financeiros) pelos bancos brasileiros chegou a 131 bilhões contabilizados em 2023, um incremento de 22% contra 107 bilhões de um ano antes. Os dados são da pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária, apresentados pela Febraban e Deloitte nesta quarta-feira, 26.
Feita com 21 bancos que representam 80% dos ativos bancários brasileiros, a análise revela ainda que, ao todo, o setor financeiro registrou 186 bilhões de transações em 2023, uma alta de 19% ante 2022. Ou seja, 70% das movimentações financeiras do último ano foram feitas apenas via mobile.
Importante dizer que quatro anos antes, o mobile representava 50% do sistema financeiro nacional.
De acordo com Rodrigo Mulinari, diretor responsável pela pesquisa na Febraban, o mobile tem a tendência de continuar aumentando pelo incremento de transações Pix pelas ofertas dos bancos com uma gama mais ampla de serviços e produtos que “extrapola o banking” e deixam os “apps cada vez maiores, completos e mais seguros”.
Vale dizer que, mobile, Internet banking e aplicativos de mensagens instantâneas, ou seja, dos canais digitais, representam, juntos, 79% das transações, um incremento de três pontos percentuais contra 76% de um ano antes.
Movimentações
O estudo da Febraban revelou ainda que, em média, 52 transações bancárias foram realizadas por mês e por conta em 2023, um incremento de nove transações a mais que média mensal de 2022 (43). Contudo, a maioria dessas transações (80%) são sem movimentação financeira, ou seja, são informacionais, como consulta de saldo, em um percentual igual ao ano anterior.
Mas se considerar como canal digital, há uma tendência de consolidação com 73% das transações avaliadas feitas por meios digitais, o que inclui modalidades como Pix (100% digital) e contratação de crédito (96%).
No mobile, as operações com principal destaque são saldos e extratos que cresceram (21%), de 61 bilhões para 74 bilhões, e renegociação de dívidas, com um incremento (33%) de 5 milhões para 7 milhões de transações.
Além disso, o mobile figura como o meio favorito para transações entre a maioria dos correntistas pessoa física (90%). Por sua vez, os usuários de contas pessoa jurídica preferem em sua maioria (74%) as transações via Internet banking.
Contas e comportamento
Ainda vale dizer que a base de clientes heavy users de mobile banking (com mais de 80% naquele canal) soma 70 milhões (72% do total), uma alta de 14% contra 62 milhões de um ano antes. E o cliente heavy user aumentou sua frequência (20%), de 26 para 31 vezes por acessos mensais. Para efeito de comparação, o cliente que não é heavy user abre 26 vezes por mês, em média.
“Ou seja, o mobile aumenta em quantidade, frequência e volume de transações”, resumiu Mulinari. “O mobile banking é o meio/canal mais completo hoje”, concluiu.
Em volume de contas, a pesquisa da Febraban estima que o Brasil tenha 550 milhões de contas ativas, sendo 197 milhões ativas por pessoa física no mobile e 12,3 milhões no PJ. Ao todo, 53% do total de abertura de contas no último ano foram por meios digitais.
Imagem principal: Rodrigo Mulinari, diretor responsável pela pesquisa na Febraban (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)