A TIM anunciou em conferência com analistas sobre os resultados do segundo trimestre de 2016 uma revisão do seu "plano de transformação" de custos e das projeções da empresa para investimentos e conquista de mercado para os próximos anos. A companhia deve aumentar o esforço de corte de custos operacionais (OPEX) e diminuir o que estava previsto para investimentos (CAPEX) nos próximos anos, mas manterá o foco nos mesmos resultados, que eram a ampliação da planta 4G e o estímulo ao consumo de dados.
Na parte operacional, a TIM pretende se esforçar na redução adicional de mais R$ 600 milhões nos custos até 2018. Os investimentos também deverão ser reduzidos em cerca de R$ 900 milhões no mesmo período em relação ao plano anterior. A previsão agora é levar a companhia a um custo operacional anual de R$ 11,1 bilhões em 2018 (hoje são R$ 11,7 bilhões) e os investimentos entre 2016 e 2018, que estavam estimados em pouco menos de R$ 14 bilhões, devem ficar em R$ 12,5 bilhões.
Estes resultados serão obtidos, segundo o CEO da empresa, Stefano de Angelis, com redimensionamento do SAC e otimização de processos; reengenharia de processos de venda (com a ampliação de canais sem o uso de funcionários) e renegociação com terceirizados; revisão das condições de relacionamento com os canais de venda; e de uma consolidação dos fornecedores de TI e otimização dos custos de energia.
Mesmo com a intensificação do plano de corte de custos e investimento, deve haver uma ampliação nas novas cidades com cobertura 3G (para mais 1000 cidades além das 1.839 cidades atuais até o ano de 2018, cobrindo 93% da população) e 4G (para mais 600 cidades, cobrindo ao todo 92% da população). A TIM estima em cerca de 6 milhões o número de clientes de dados potenciais decorrente desse esforço de expandir a rede de 3G e 4G para além do que estava desenhado.
Com isso, a empresa deu aos analistas como guidance chegar a 24% de market share em receitas até 2018 (contra 22,4% hoje), expandir a margem EBTIDA anualmente até 2018, além de assegurar reduções de investimentos e OPEX. A TIM teve, em 2014, market share de 24,5% nas receitas do mercado móvel, mas perdeu participação nos últimos anos. O que será prejudicado no processo são investimentos fora desse plano. Por exemplo, na rede de banda larga fixa residencial, que deve manter a dimensão atual e o ritmo de crescimento moderado que vem sendo registrado.
Segundo de Angelis, a virada da empresa para a retomada do crescimento líquido das receitas deve começar a acontecer a partir do final do ano, com a estabilização da queda da VU-M e melhoria do uso em todos os segmentos. A TIM quer focar no usuário de pré-pago que efetivamente recarrega e utiliza os serviços, ampliar a oferta do plano controle e aumentar a receita no segmento pós-pago e corporativo.
"Temos também mudanças positivas nos indicadores macroeconômicos e achamos que isso se reflete sobre a operação, assim como o ambiente político, e isso deve melhorar o nosso ambiente de negócio", disse o CEO.