A Thales desenvolveu um cartão de pagamento com a biometria por impressão digital. Na prática, o usuário coloca seu dedo em um espaço específico para a biometria na tarjeta, aproxima ou insere o plástico na máquina de POS e, completa a transação, sem a necessidade de digitar senhas. E sem que os dados biométricos do cliente fiquem armazenados em algum banco de dados. O novo produto já passou por provas de conceito e está disponível para bancos e emissores, inclusive no Brasil.
De acordo com Gustavo Menezes, head de banking & payment LATAM da Thales, o cartão impõe uma camada extra de segurança para aquelas transações que não precisam de senha dos cartões com NFC – que, no Brasil, montante máximo está em R$ 200. “Com a digital, você protege essas transações mais baixas sem prejudicar a experiência do usuário”, complementa o executivo em conversa com Mobile Time.
Seu diferencial
O cadastro da impressão digital no cartão é um processo simples que pode acontecer de duas maneiras: ou o cliente vai até sua agência bancária e o gerente faz o cadastro e entrega o cartão para o cliente em seguida; ou o usuário recebe na caixa do cartão além da tarjeta um pequeno leitor no qual ele insere o cartão e ele mesmo faz o cadastro de sua senha biométrica, sem maiores complicações. Em ambos os casos, os dados biométricos do cliente ficam somente no chip do cartão e não mais em banco de dados da adquirente ou do banco.
“A biometria fica armazenada dentro do cartão. Ela não sai e não é passada para nenhum outro dispositivo a não ser o próprio cartão”, reforça o head de banking & payment LATAM na Thales.
O cartão é ligeiramente diferente dos demais que já estão no mercado. Conta com uma luz LED que identifica o momento em que é feita a leitura biométrica. A luz verde aponta que foi feita corretamente a leitura (e o pagamento aprovado). A tarjeta possui um pequeno quadrado onde o cliente deve pôr o dedo já cadastrado para confirmar o pagamento. E há ainda uma pequena antena no chip.
Segundo Menezes, a nova tecnologia de reconhecimento biométrico não é mais lenta nem mais rápida do que o pagamento por senha. Antes mesmo de o cartão chegar perto ou entrar na POS, ele já faz a autenticação de seu usuário quando ele insere o dedo no local de identificação. Assim, quando o cartão se aproxima da máquina, o processo já foi adiantado.
Mercado
Segundo Menezes, o primeiro banco a utilizar o produto é do Chipre, mas algumas instituições já oferecem a seus clientes, como o francês BNP Paribas. “É uma tecnologia que inserimos no nosso portfólio e que podemos oferecer, mas ela é muito recente e ainda não houve implementação massiva. O que acontece no momento são provas de conceito e estamos analisando junto aos nossos clientes para qual público esse produto se encaixa melhor. Estamos no ‘market fit’”, explica.
“Imaginamos que seja um componente de diferenciação para os bancos. Um cliente com um valor de investimento maior, um cartão não muito massivo, mas com um nível de segurança maior e mais comodidade. É um bom modo de fazer a diferenciação no mercado competitivo de cartões”, explica.
No Brasil, de acordo com o executivo, a Thales vem fazendo testes com algumas instituições bancárias.
“Este é um cartão que traz componentes adicionais, como a antena especial, a luz LED e o leitor biométrico. Ele tem um custo mais caro, mas que pode cair de acordo com a produção em larga escala, ou seja, à medida que ganhe níveis de massificação”, conta o executivo.
Vale dizer que o cartão com biometria pode ser implementado nas versões débito, crédito e pré-pago.
Mais novidades a caminho
Durante a conversa com Mobile Time, Menezes adiantou que a Thales lançará em breve no Brasil um cartão feito com PVC reciclado, material ecologicamente correto. E entre dois e três meses o mercado conhecerá uma outra tarjeta diferenciada: “Apresentaremos em breve um cartão super inovador. Estamos vivendo um momento de grandes inovações no segmento de cartões, que ficou por um longo período sem muitas novidades”, resume o executivo da Thales.