| Publicado originalmente no Teletime | A operadora de telecomunicações Americanet iniciou oficialmente os testes da tecnologia 5G na cidade de Pindamonhangaba, no interior de São Paulo. Realizada em parceria com a Nokia, a experimentação inclui o uso do 5G na oferta de Internet residencial, via acesso fixo sem fio (FWA).
Para tal, a Americanet obteve junto à Anatel uma licença nas faixas de 3,5 GHz e 26 GHz (ondas milimétricas) para testes e pesquisa na cidade. Nesta segunda-feira, 26, alguns casos de uso foram apresentados em evento no município do interior paulista. Na ocasião, um throughput de 4 Gbps foi atingido durante demonstração pública ao lado de um site 5G da Nokia. O uso das ondas milimétricas impulsionou a taxa de velocidade.
Fornecedores
De acordo com o diretor geral da Nokia no Brasil, Luiz Tonisi, a taxa de transmissão obtida nos testes seria a maior registrada na América Latina até o momento. Além da fornecedora e de outros parceiros da Americanet (que incluem Qualcomm, Motorola, Askey, My Business, Keysight Technologies e Ookla Speedtest), representantes do Conselho Diretor da Anatel e o presidente da agência, Leonardo Euler (em participação remota), presenciaram o início dos testes.
Chefe da seção de economia e política do Consulado Geral dos EUA em São Paulo, Maxwell Hamilton foi também convidado pelas empresas para participar do evento. Em discurso, o representante promoveu o programa Redes Limpas do governo norte-americano, que propõe a exclusão de fornecedores chineses da tecnologia 5G. Hamilton também defendeu um alinhamento do Brasil com os EUA no assunto.
FWA
Nos planos da Americanet para testes da Internet residencial via 5G, a empresa projeta disponibilizar e monitorar a tecnologia FWA em 25 residências de Pindamonhangaba durante um período de dois meses e com ajuda de modems da Nokia, além de montar uma Casa Conectada equipada com o serviço.
Durante o evento nesta segunda-feira, o CEO da operadora, Lincoln Oliveira, lembrou que a empresa espera atender cerca de 500 cidades paulistas com o serviço 5G, sobretudo aquelas com menos de 100 mil habitantes. Segundo o executivo, as provedoras regionais terão condições e recursos para participar do leilão de 5G, inclusive com suporte de fundos de investimentos.
Casos de uso
Outros testes previstos na colaboração com a Nokia envolvem o mercado corporativo e de governo. Um dos usos prevê um software de orquestração de vídeo aplicado à segurança pública, desenvolvido sob a tecnologia 5G combinada com computação de borda (edge computing). A intenção é viabilizar funções como realidade aumentada e inferência automática. A solução é desenvolvida pela Universidade Federal de Campina Grande, da Paraíba, através do seu Laboratório Virtus.
Ao lado da Neo Vision, outro caso de uso abordará o uso do 5G no serviço de inspeção industrial, com a utilização de drones. Já junto ao Senai-SP, serão promovidas ações de digitalização das indústrias (Indústria 4.0) em setores como a manufatura.
Segundo Lincoln Oliveira, a escolha de Pindamonhangaba para o testes se deve ao papel estratégico do município no Vale do Paraíba, seja no ponto de vista logístico ou na presença de negócios com alto poder de investimento. “Já estamos presentes na região e iremos fomentar o desenvolvimento de novos negócios com o incremento do 5G. Será uma ótima oportunidade para mostrar o funcionamento da nova tecnologia na prática e buscar possíveis upgrades para a aplicação em larga escala”, afirmou Oliveira.